O motoboy Wellington Luiz Firmino, que estava foragido na Argentina após ser condenado a 17 anos de reclusão no Brasil pelos ataques às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023, foi preso na Argentina, nesta segunda-feira (19), quando tentava fugir para o Chile.
“Minha ideia era fugir, tentar ir para outro país, mas com o nome na Interpol, na primeira passagem pela polícia fui preso”, expressou Firmino, de 34 anos, no fim da tarde desta segunda, em vídeo publicado em suas redes sociais.
De Sorocaba, no interior de São Paulo, Firmino foi preso no posto de fronteira de Jama, que conecta a província argentina de Jujuy com São Pedro do Atacama, no Chile.
Firmino é o terceiro foragido do 8/1 preso na Argentina. Na semana passada, as autoridades do país prenderam Joelton Gusmão de Oliveira, de 47 anos e condenado a 16 anos e seis meses no Brasil, e Rodrigo de Freitas Moro Ramalho, de 34 anos, condenado a 14 anos pelo Supremo Tribunal Federal. Ambos foram presos na cidade de La Plata, na quinta (14) e sexta-feira (15), respectivamente.
Firmino era um dos 61 brasileiros procurados na Argentina após o juiz federal Daniel Rafecas emitir mandados de prisão contra os foragidos pedidos em extradição pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
De acordo com informações obtidas pela CNN com autoridades argentinas, quando Firmino tentou cruzar a fronteira, as autoridades do departamento de Imigração identificaram a existência de um alerta pelo pedido de captura.
Firmino, então, foi detido pela gendarmeria, uma das forças federais de segurança da Argentina. Agora, ele terá que passar por uma audiência com o juiz Rafecas, e pode recorrer caso o magistrado determine sua extradição.
No dia 8 de janeiro do ano passado, ele gravou um vídeo do terraço da torre do Congresso mostrando a movimentação dos invasores entrando nos palácios e ocupando a Praça dos Três Poderes.
Em junho, ele fez uma postagem em suas redes sociais revelando que pediu asilo na Argentina “por causa de um crime que não existiu”.
No vídeo, ele dizia que estava na Argentina há dois meses, que conseguiu trabalho 10 dias após chegar no país e que estava ganhando 40 reais por dia. Ele também afirmou que tinha pedido asilo para a Argentina.
As ordens de prisão contra foragidos do 8 de janeiro foram emitidos na semana passada, após Moraes pedir à Argentina a extradição de 63 condenados pelos ataques.
A maioria dos foragidos se sentia protegida pelo estatuto do refugiado da Argentina, que impede que eles sejam devolvidos ao seu país de origem enquanto a Comissão Nacional de Refugiados (Conare) não define se eles receberão ou não asilo.
Com os mandados de prisão emitidos pela Justiça Federal, no entanto, os foragidos podem ser extraditados de acordo com a determinação do juiz. Eles ainda podem recorrer perante a Suprema Corte argentina.