O policial militar Rodrigo José de Matos Soares, acusado pelo homicídio qualificado de Ágatha Félix, de 8 anos, começou a ser julgado, nesta sexta-feira (8), no 1º Tribunal do júri, no centro do Rio de Janeiro.
O julgamento que estava marcado para as 11h, teve início às 12h30 e é presidido pelo juiz Cariel Patriota. De acordo com o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), estão previstos depoimentos de dez testemunhas.
O PM é acusado de ter dado um tiro que atingiu a menina Ágatha Vitória Sales Félix, em 20 de setembro de 2019, no Complexo do Alemão, na zona norte do Rio de Janeiro.
Entre as testemunhas estão cinco policiais militares indicados pela defesa do acusado e outros indicados pelo Ministério Público.
As testemunhas de acusação serão Vanessa Francisco Sales, mãe da vítima, e Moisés Atanazio Adriano, motorista da kombi que transportava a mãe e a filha. Além disso, dois peritos também serão ouvidos.
Segundo a Justiça, Vanessa Francisco Sales foi a primeira a falar e, em depoimento marcado pela emoção e por vezes interrompido pelo choro, a mãe da menina lembrou os detalhes da noite em que a filha foi baleada e morta.
Já Moisés Atanazio Adriano, motorista da kombi em que viajavam a mãe e a filha na hora da tragédia, foi a segunda testemunha a depor de forma remota. “O corpo de jurados foi sorteado momentos antes do início do julgamento, sendo formado por duas mulheres e cinco homens”, disse o TJRJ.
A CNN tenta localizar a defesa do policial militar.
Relembre o caso
Ágatha Félix, de 8 anos, foi atingida por estilhaços de um tiro de fuzil, no dia 20 de setembro de 2019, quando voltava para casa em uma kombi junto com a mãe, na comunidade da Fazendinha, no Complexo do Alemão.
O disparo atingiu as costas da criança após o policial confundir o alvo do tiro. A menina não resistiu aos ferimentos e morreu. O PM, Rodrigo José de Matos Soares, foi a júri popular e, em seguida, entrou com um recurso.
De acordo com a denúncia do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), o policial militar disparou contra duas pessoas não identificadas que trafegavam em uma motocicleta na Fazendinha, no Complexo do Alemão.
As duas pessoas não foram atingidas, mas um dos projéteis ricocheteou em um poste de concreto e um dos fragmentos atingiu as costas de Ágatha.
*Sob supervisão de Bruno Laforé