A cidade histórica de Tiradentes, em Minas Gerais, apresentou o primeiro protótipo de charrete elétrica, marcando o início de uma nova era para o turismo local. A mudança na tradição concilia a proteção dos animais.
A iniciativa faz parte do projeto “Transição da Tração Animal para a Inovação”, que substituirá as charretes puxadas por cavalos por veículos elétricos, garantindo a preservação do patrimônio cultural e o bem-estar animal.
A principal motivação é promover a sustentabilidade e a inclusão social, conciliando a proteção dos animais com a garantia do sustento das famílias de charreteiros. O protótipo foi apresentado no Largo das Forras, um dos principais pontos turísticos da cidade. Veja o vídeo.
Solução inovadora e inclusiva
A substituição das charretes tradicionais por veículos elétricos é resultado de uma demanda de diferentes setores da sociedade, incluindo o Ministério Público, a prefeitura, a associação de charreteiros e organizações da sociedade civil.
Segundo a promotora de Justiça Luciana Imaculada de Paula, a busca por uma solução que atendesse a todos os envolvidos foi fundamental para o sucesso do projeto.
“Esse movimento pela substituição das charretes começa no conflito entre proteção animal e as famílias que precisam de dar continuidade ao trabalho, em razão do seu sustento”, afirma.
A implantação das charretes elétricas em Tiradentes representa um marco importante, mas ainda há muitos desafios pela frente. Uma das próximas etapas é a destinação dos cavalos para adoção responsável, garantindo que eles tenham uma vida digna após a aposentadoria.
Brenda Sampaio, advogada do Instituto Arbo, responsável pela execução do projeto, destaca que este é apenas o primeiro passo de uma jornada que exigirá esforço e dedicação de todos os envolvidos.
“Este momento é apenas o primeiro passo de uma transição muito importante e necessária, marcando o início de uma jornada com desafios e conquistas pela frente”, disse Brenda Sampaio.
Medida era reivindicada por entidades
Uma das Organizações Não Governamentais (ONGs) que reivindica o fim dos transportes de tração animal, no município histórico, é a Comissão de Proteção Animal de Tiradentes (Compat) que comemorou a novidade.
Nas redes sociais, a entidade se apresenta como defensoras dos direitos e fiscalização que apura violência contra animais, usados para transporte. Na descrição do perfil no Facebook, a Compat diz “Não gostar de animais é problema seu! Agora se maltratar aí o problema é nosso”.
Em um vídeo nas redes sociais, uma representante agradece a participação do Instituto Arbo, que atua na organização, no processamento e na análise de informações e dados técnicos e/ou científicos. Foi o Instituto quem apresentou a solução, pensada para realidade de Tiradentes (MG).