O número de ciclistas mortos em acidentes de trânsito entre janeiro e setembro no estado de São Paulo registrou um aumento de 46,8% em dez anos. Os dados são do Infosiga, plataforma do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) que compila dados oficiais sobre ocorrências viárias em território paulista.
Nos nove primeiros meses deste ano, 317 ciclistas perderam a vida no trânsito em São Paulo. Isso equivale a uma morte a cada quase 19 horas. Entre janeiro e setembro de 2015, foram contabilizados 216 óbitos.
O número de ciclistas mortos no trânsito em 2024 é o maior registrado desde 2015.
Veja os dados ano a ano
Considerando todos os tipos de acidentes, 4.605 pessoas morreram no trânsito entre janeiro e setembro deste ano. Na comparação com os nove primeiros meses de 2015, quando foram contabilizadas 4.730 óbitos, houve uma queda de 2,64% no número de vítimas fatais.
A proporção de ciclistas mortos em relação ao total de óbitos no trânsito no estado também aumentou nestes dez anos. Em 2015, 4,56% dos mortos no trânsito eram ciclistas. Em 2024, subiu para 6,88%.
Capital paulista
Somente na cidade de São Paulo, 33 ciclistas morreram no trânsito de janeiro a setembro de 2024. Houve um aumento de 26,9% na comparação com o ano anterior e de 73,68% em relação a 2015.
O que dizem estado e prefeitura
Por meio de nota, o Detran informou que “trabalha para aumentar a segurança viária, por meio da educação da população, fiscalização e criação de políticas públicas”. O órgão diz ter aumentado o número de operações de fiscalização em geral e de blitze da lei seca.
“Além disso, desde o início de 2023, foram realizadas 15 campanhas educativas pelo Detran-SP. Uma das mais recentes é sobre o respeito à faixa de pedestres e à maior civilidade na convivência nas ruas. Outro ponto importante é o desenvolvimento do Sistran – Sistema Estadual de Trânsito, para fomentar a organização do trânsito e as iniciativas de segurança viária nos municípios”, acrescenta o Detran.
A prefeitura de São Paulo diz que “ampliou nos últimos anos os recursos e ações voltadas ao fortalecimento da segurança no trânsito da cidade”. “Desde 2021, foram mais de R$ 185 milhões aplicados em atividades exclusivamente de educação no trânsito, sendo R$ 54 milhões somente em 2023, um crescimento de mais 30% em relação a 2022.”
“Também é feita fiscalização por meio de rondas periódicas em viaturas para coibir possíveis irregularidades e desrespeito às leis de trânsito. A capital tem a maior malha cicloviária do país, com 743 km de extensão, e a Prefeitura vem trabalhando para ampliar e integrar a rede, ofertando um espaço adequado aos ciclistas, tornando os deslocamentos mais seguros”, complementa a administração municipal.