O ministro venezuelano do Interior, Diosdado Cabello, disse nesta segunda-feira (28) que os Estados Unidos atuaram para o veto à entrada da Venezuela nos Brics, bloco de países emergentes, e que a posição do governo brasileiro acabou “enfraquecida aos olhos do mundo”.
Em coletiva de imprensa, o ministro, que é número dois do chavismo, afirmou que o Brasil terá que lidar com as consequências de sua postura.
“Isso é um capítulo, é uma batalha nessa guerra da qual a posição da Venezuela, a posição dos Brics sai fortalecida e a do Brasil sai muito enfraquecida. Muito enfraquecida aos olhos do mundo. Eles sabem. E terão que lidar com as consequências disso. Nós continuaremos avançando”, expressou.
A declaração foi feita em resposta a uma pergunta sobre o veto do Brasil à entrada da Venezuela no bloco. “No Brasil subsiste uma estrutura terrível por meio da chancelaria. Eles chamam sua chancelaria de Itamaraty, é uma escola de diplomacia. Sabe quem a criou? Quem foram seus primeiros professores? Os Estados Unidos”, disse Cabello.
A criação do ministério das Relações Exteriores, no entanto, data do século XIX, antes mesmo da Guerra de Secessão e das políticas expansionistas e intervencionistas dos Estados Unidos.
No tom do comunicado divulgado pela chancelaria venezuelana, o ministro chavista também disse haver “um resquício grande” das políticas do ex-presidente Jair Bolsonaro no Itamaraty e que os Estados Unidos “operaram” para impedir a entrada da Venezuela no bloco”.
“De qualquer maneira, eu acho que isso não foi contra a Venezuela, porque ninguém vai parar a Venezuela. Isso foi um ataque direto aos Brics. Somente em termos de reservas petrolíferas, com a incorporação da Venezuela, passariam de 40 a 60% das reservas mundiais de petróleo que estariam nas mãos dos Brics”, afirmou Cabello.
Na coletiva de imprensa, o ministro chavista repetiu o que Maduro tinha afirmado ao chegar de Kazan, de que a letra “b” de Brics se refere à “Bolívar”, líder político que esteve à frente de guerras de independência na América do Sul no século XIX.
A letra “b” dos Brics se refere, na verdade, ao Brasil, país fundador do bloco e que se opôs à adesão da Venezuela ao grupo.
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