Ao menos quatro pessoas, incluindo uma criança, foram mortas em um ataque israelense do lado de fora do Hospital Universitário Rafik Hariri, nos arredores de Beirute, disse o Ministério da Saúde libanês na noite desta segunda-feira (21).
A instalação é considerada o maior hospital público do Líbano.
Outras 24 pessoas ficaram feridas no ataque, que causou “muitos danos” no hospital, de acordo com um balanço preliminar da pasta.
A CNN entrou em contato com as Forças de Defesa de Israel (FDI) e aguarda retorno.
Hospital não estava em área de desocupação
O hospital Rafik Hariri não estava em uma área onde foi emitida ordem de desocupação pelos militares de Israel, descobriu uma análise da CNN sobre o ataque e mapas de zonas proibidas.
Antes da ofensiva, os militares israelenses emitiram uma série de ordens de retirada para os subúrbios ao sul de Beirute, com mapas indicando edifícios específicos programados para serem alvejados, juntamente com zonas proibidas de 500 metros de raio ao redor desses alvos.
A área ao redor do Hospital Universitário Rafik Hariri não foi incluída nessas instruções, nem em nenhuma ordem de retirada publicada desde que Israel intensificou os ataques contra o Hezbollah no mês passado.
Entenda a escalada nos conflitos do Oriente Médio
O ataque com mísseis do Irã a Israel no dia 1º de outubro marcou uma nova etapa do conflito regional no Oriente Médio. De um lado da guerra está Israel, com apoio dos Estados Unidos. Do outro, o Eixo da Resistência, que recebe apoio financeiro e militar do Irã e que conta com uma série de grupos paramilitares.
São sete frentes de conflito abertas atualmente: a República Islâmica do Irã; o Hamas, na Faixa de Gaza; o Hezbollah, no Líbano; o governo Sírio e as milícias que atuam no país; os Houthis, no Iêmen; grupos xiitas no Iraque; e diferentes organizações militantes na Cisjordânia.
Israel tem soldados em três dessas frentes: Líbano, Cisjordânia e Faixa de Gaza. Nas outras quatro, realiza bombardeios aéreos.
O Exército israelense iniciou uma “operação terrestre limitada” no Líbano no dia 30 de setembro, dias depois de Israel matar o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, em um bombardeio ao quartel-general do grupo, no subúrbio de Beirute.
As Forças de Defesa de Israel afirmam que mataram praticamente toda a cadeia de comando do Hezbollah em bombardeios semelhantes realizados nas últimas semanas.
No dia 23 de setembro, o Líbano teve o dia mais mortal desde a guerra de 2006, com mais de 500 vítimas fatais.
Ao menos dois adolescentes brasileiros morreram nos ataques. O Itamaraty condenou a situação e pediu o fim das hostilidades.
Com o aumento das hostilidades, o governo brasileiro anunciou uma operação para repatriar brasileiros no Líbano.
Na Cisjordânia, os militares israelenses tentam desarticular grupos contrários à ocupação de Israel ao território palestino.
Já na Faixa de Gaza, Israel busca erradicar o Hamas, responsável pelo ataque de 7 de outubro que deixou mais de 1.200 mortos, segundo informações do governo israelense. A operação israelense matou mais de 40 mil palestinos, segundo o Ministério da Saúde do enclave, controlado pelo Hamas.
O líder do Hamas, Yahya Sinwar, foi morto pelo Exército israelense no dia 16 de outubro, na cidade de Rafah.