As estratégias de campanha dos candidatos à Presidência dos Estados Unidos, Donald Trump e Kamala Harris, estão focadas em conquistar votos nos chamados estados-pêndulo, fundamentais para definir o resultado das eleições.
O analista de Internacional Lourival Sant’Anna observou em sua participação no Agora CNN deste domingo (20) que ambos os candidatos estão buscando se conectar com os trabalhadores e se aproximar dos eleitores religiosos nesses estados cruciais, como Pensilvânia e Geórgia.
A polêmica do McDonald’s
Uma das táticas empregadas por Trump envolve questionar a afirmação de Kamala Harris de ter trabalhado no McDonald’s quando jovem.
O ex-presidente alega que a candidata democrata nunca trabalhou na rede de fast-food, numa tentativa de desconstruir sua imagem de proximidade com o trabalhador comum.
Sant’Anna compara essa estratégia ao “birtherism” usado por Trump contra Obama em 2008, quando questionou o local de nascimento do então candidato democrata.
O analista cita o New York Times, que cunhou a expressão “birtherism meets burgerism” para descrever a nova tática de Trump.
A questão religiosa
Outro ponto de tensão na campanha envolve a religiosidade de Kamala Harris. Após um incidente em um comício onde ela respondeu a um grito de “Jesus é o Senhor” com “Você está no comício errado”, conservadores religiosos passaram a explorar o tema nas redes sociais.
Sant’Anna esclarece que, contrariamente às acusações, Harris é batista e já declarou a importância da igreja batista afro-americana em sua formação.
O analista ressalta o papel dessas igrejas na comunidade negra americana, não apenas como centros religiosos, mas também como espaços de desenvolvimento cultural e político.
A disputa pelo voto negro na Geórgia e pelo voto do “colarinho azul” na Pensilvânia demonstra a importância desses estados-pêndulo na definição do próximo presidente dos Estados Unidos.
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