Israel se opõe a um “cessar-fogo unilateral” em sua guerra com o Hezbollah, disse o líder do país ao seu colega francês, alegando que isso apenas retornaria a situação de segurança no Líbano “ao que era antes”.
A ligação entre o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu e o presidente francês Emmanuel Macron na terça-feira (15) ocorre enquanto as tensões aumentam entre os dois líderes após os apelos de Macron para encerrar as exportações de armas para Israel e chegar a um cessar-fogo no Líbano e em Gaza.
Netanyahu deixou claro a Macron “que Israel não aceitará nenhum acordo” que o impeça de operar contra o Hezbollah para evitar ameaças aos moradores do norte de Israel, disse seu gabinete.
O palácio do Eliseu disse que Macron alertou Netanyahu que um conflito regional “teria consequências devastadoras para as populações e para a segurança internacional” e reiterou a necessidade de um cessar-fogo.
O Hezbollah e Israel estão em conflito há décadas, mas os dois intensificaram seus ataques transfronteiriços um contra o outro desde outubro passado, quando a guerra de Israel em Gaza começou após o ataque mortal do grupo militante palestino Hamas a Israel.
O apelo dos líderes também ocorre depois que a França convocou o embaixador de Israel para protestar contra as tropas israelenses atirando em posições de manutenção da paz da ONU no sul do Líbano, informou a Reuters. Os militares israelenses acusaram o Hezbollah de operar em áreas próximas aos postos da Unifil.
No apelo, Macron também condenou esses incidentes e disse que a França continuaria a trabalhar com outros países para implementar totalmente a missão de manutenção da paz da Unifil.
No final deste mês, a França deve realizar uma reunião internacional para reunir apoio ao povo libanês e fortalecer a situação de segurança do país.
Netanyahu disse que “ficou surpreso” com a intenção de Macron de sediar a conferência com participantes como a África do Sul e a Argélia, “que estão trabalhando para negar a Israel seu direito fundamental de autodefesa e, com efeito, rejeitar seu próprio direito de existir”, disse seu gabinete.