O presidente Volodymyr Zelensky revelou seu tão esperado “Plano de Vitória” no parlamento da Ucrânia nesta quarta-feira (16), pedindo ao seu país cansado da guerra que permaneça unido em um momento precário antes da eleição presidencial de seu principal aliado, os EUA, em 5 de novembro.
Enquanto as tropas russas avançam no leste e um inverno sombrio de escassez de energia se aproxima, ele disse aos legisladores que seu plano continha cinco pontos principais que dependiam dos aliados de Kiev, incluindo um convite incondicional para se juntar à Otan e suporte específico de armas.
“Junto com nossos parceiros, devemos mudar as circunstâncias para que a guerra termine. Independentemente do que Putin queira. Todos nós devemos mudar as circunstâncias para que a Rússia seja forçada à paz”, disse ele aos legisladores e altos funcionários.
Seu terceiro ponto enfatizou a necessidade de a Ucrânia adquirir uma capacidade de dissuasão não nuclear que, segundo ele, seria suficiente para destruir o poder militar russo. Ele não deu mais detalhes, mas disse que havia um adendo secreto adicional que ele não poderia revelar.
O plano, ele disse, também previa um papel ocidental defendendo os recursos minerais naturais da Ucrânia de ataques russos, bem como promessas de reconstrução pós-guerra.
O discurso contou com a presença de seus principais militares, inteligência e políticos, bem como legisladores, alguns dos quais ocasionalmente se levantavam para aplaudir.
O Kremlin disse que era muito cedo para comentar em detalhes sobre o plano de Zelensky, mas que Kiev precisava “ficar sóbria” e perceber a futilidade das políticas que estava seguindo.
Apelo por unidade
Após dois anos e meio de guerra, o discurso buscou persuadir o público exausto da Ucrânia de que a guerra pode acabar em breve e enfatizar a importância de ucranianos comuns permanecerem unidos à medida que os desafios da guerra se acumulam.
“Nós alcançamos e estamos alcançando resultados em batalhas graças à nossa unidade. Portanto, por favor, não percam a unidade”, disse ele.
A Ucrânia enfrenta dificuldades e incertezas antes da eleição dos EUA que pode devolver Donald Trump à Casa Branca.
O ex-presidente republicano prometeu acabar rapidamente com a guerra antes de assumir o cargo se vencer, uma ideia que os apoiadores de Kiev temem que envolva grandes concessões em nome de um acordo rápido.
Zelensky se encontrou com o presidente dos EUA Joe Biden, seu principal aliado, em Washington no final de setembro para apresentar o plano. Em uma subsequente viagem relâmpago pela Europa, ele se encontrou com os líderes da Grã-Bretanha, França, Itália e Alemanha para discutir as propostas.
Zelensky disse que viajaria para a cúpula de líderes da União Europeia em Bruxelas na quinta-feira (18) para apresentar seu plano.