A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, disse ao chefe do governo israelense, Benjamin Netanyahu, que os ataques às forças de paz da Organização das Nações Unidas (ONU) no Líbano são inaceitáveis, informou seu gabinete no domingo (13).
“A primeira-ministra Meloni reiterou a inaceitabilidade de a UNIFIL ser atacada pelas forças armadas israelenses”, disse o governo italiano em um comunicado.
O primeiro-ministro de Israel afirma ter dito a Meloni que lamenta “qualquer dano causado ao pessoal da UNIFIL” no Líbano.
“Israel fará todos os esforços para evitar baixas na UNIFIL e fará o que for preciso para vencer a guerra”, disse Netanyahu no X.
As forças de paz da ONU no Líbano disseram que as Forças de Defesa de Israel (IDF) invadiram uma de suas posições no sul do país neste domingo, violando o direito internacional.
A Itália é um contribuinte significativo para a missão da ONU conhecida como UNIFIL, com mais de mil soldados no efetivo de 10.000 homens.
França e Espanha, que têm cada uma quase 700 soldados na força, também condenaram os ataques israelenses.
Em uma ligação de telefone a Netanyahu, Meloni também pediu a “implementação total” da Resolução 1701 do Conselho de Segurança da ONU sobre o Líbano e enfatizou a necessidade urgente de uma redução do conflito na região, disse seu gabinete.
A resolução da ONU em questão, aprovada após a guerra de 2006, exige que a área de fronteira do sul do Líbano fique livre de armas ou tropas que não sejam do estado libanês. Autoridades israelenses alegam que a UNIFIL falhou em sua missão de mantê-la.
Entenda a escalada nos conflitos do Oriente Médio
O ataque com mísseis do Irã a Israel no dia 1º marcou uma nova etapa do conflito regional no Oriente Médio. De um lado da guerra está Israel, com apoio dos Estados Unidos. Do outro, o Eixo da Resistência, que recebe apoio financeiro e militar do Irã e que conta com uma série de grupos paramilitares.
São sete frentes de conflito abertas atualmente: a República Islâmica do Irã; o Hamas, na Faixa de Gaza; o Hezbollah, no Líbano; o governo Sírio e as milícias que atuam no país; os Houthis, no Iêmen; grupos xiitas no Iraque; e diferentes organizações militantes na Cisjordânia.
Israel tem soldados em três dessas frentes: Líbano, Cisjordânia e Faixa de Gaza. Nas outras quatro, realiza bombardeios aéreos.
O Exército israelense iniciou uma “operação terrestre limitada” no Líbano no dia 30 de setembro, dias depois de Israel matar o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, em um bombardeio ao quartel-general do grupo, no subúrbio de Beirute.
As Forças de Defesa de Israel afirmam que mataram praticamente toda a cadeia de comando do Hezbollah em bombardeios semelhantes realizados nas últimas semanas.
No dia 23 de setembro, o Líbano teve o dia mais mortal desde a guerra de 2006, com mais de 500 vítimas fatais.
Ao menos dois adolescentes brasileiros morreram nos ataques. O Itamaraty condenou a situação e pediu o fim das hostilidades.
Com o aumento das hostilidades, o governo brasileiro anunciou uma operação para repatriar brasileiros no Líbano.
Na Cisjordânia, os militares israelenses tentam desarticular grupos contrários à ocupação de Israel ao território palestino.
Já na Faixa de Gaza, Israel busca erradicar o Hamas, responsável pelo ataque de 7 de outubro que deixou mais de 1.200 mortos, segundo informações do governo israelense. A operação israelense matou mais de 40 mil palestinos, segundo o Ministério da Saúde do enclave, controlado pelo Hamas.
O líder do Hamas, Yahya Sinwar, segue escondido em túneis na Faixa de Gaza, onde também estariam em cativeiro dezenas de israelenses sequestrados pelo Hamas.