Os Estados Unidos enviarão um sistema antimísseis avançado para Israel, assim como tropas americanas para operá-lo, “para ajudar a reforçar as defesas aéreas de Israel após os ataques sem precedentes do Irã”, disse o secretário de imprensa do Pentágono, major-general Patrick Ryder, em declaração neste domingo (13).
Não é a primeira vez que os EUA implantam o sistema, a bateria Terminal High-Altitude Area Defense (THAAD), no Oriente Médio, ressaltou Ryder. Ele também foi implantado em Israel em 2019 para um exercício.
Entretanto, o envio de tropas americanas para Israel é um movimento que chama atenção em meio à tensão entre Israel e o Irã, e enquanto a região se prepara para um possível ataque israelense ao Irã que pode continuar a aumentar as hostilidades.
O Wall Street Journal relatou pela primeira vez o envio do sistema THAAD.
Sistema THAAD e ameaça do Irã
O sistema THAAD é especificamente destinado à defesa antimísseis balísticos e pode ajudar Israel a se defender melhor contra um possível ataque iraniano no futuro, se o país decidir responder a qualquer retaliação israelense.
Os EUA têm consultado Israel sobre como o país planeja responder ao ataque do Irã, realizado em 1º de outubro, e autoridades americanas deixaram claro que não querem que Israel tenha como alvo instalações nucleares ou campos de petróleo iranianos.
O presidente Joe Biden falou com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, na quarta-feira (9), a conversa entre os dois em quase dois meses, dizendo a ele que a retaliação de Israel deveria ser “proporcional”.
Presença dos EUA no Oriente Médio
Os militares dos Estados Unidos aumentaram significativamente sua presença no Oriente Médio desde 7 de outubro de 2023, quando o Hamas atacou Israel.
O país reforçou suas defesas aéreas na região, enviaram navios de guerra e porta-aviões para o Mediterrâneo oriental, Mar Vermelho e Mar Arábico, e recentemente enviaram tropas para Chipre para ajudar com o possível planejamento de evacuação, informou a CNN anteriormente.
Entenda a escalada nos conflitos do Oriente Médio
O ataque com mísseis do Irã a Israel no dia 1º marcou uma nova etapa do conflito regional no Oriente Médio. De um lado da guerra está Israel, com apoio dos Estados Unidos. Do outro, o Eixo da Resistência, que recebe apoio financeiro e militar do Irã e que conta com uma série de grupos paramilitares.
São sete frentes de conflito abertas atualmente: a República Islâmica do Irã; o Hamas, na Faixa de Gaza; o Hezbollah, no Líbano; o governo Sírio e as milícias que atuam no país; os Houthis, no Iêmen; grupos xiitas no Iraque; e diferentes organizações militantes na Cisjordânia.
Israel tem soldados em três dessas frentes: Líbano, Cisjordânia e Faixa de Gaza. Nas outras quatro, realiza bombardeios aéreos.
O Exército israelense iniciou uma “operação terrestre limitada” no Líbano no dia 30 de setembro, dias depois de Israel matar o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, em um bombardeio ao quartel-general do grupo, no subúrbio de Beirute.
As Forças de Defesa de Israel afirmam que mataram praticamente toda a cadeia de comando do Hezbollah em bombardeios semelhantes realizados nas últimas semanas.
No dia 23 de setembro, o Líbano teve o dia mais mortal desde a guerra de 2006, com mais de 500 vítimas fatais.
Ao menos dois adolescentes brasileiros morreram nos ataques. O Itamaraty condenou a situação e pediu o fim das hostilidades.
Com o aumento das hostilidades, o governo brasileiro anunciou uma operação para repatriar brasileiros no Líbano.
Na Cisjordânia, os militares israelenses tentam desarticular grupos contrários à ocupação de Israel ao território palestino.
Já na Faixa de Gaza, Israel busca erradicar o Hamas, responsável pelo ataque de 7 de outubro que deixou mais de 1.200 mortos, segundo informações do governo israelense. A operação israelense matou mais de 40 mil palestinos, segundo o Ministério da Saúde do enclave, controlado pelo Hamas.
O líder do Hamas, Yahya Sinwar, segue escondido em túneis na Faixa de Gaza, onde também estariam em cativeiro dezenas de israelenses sequestrados pelo Hamas.