O Brasil vivencia um ano excepcionalmente quente em 2024, com ondas de calor se estendendo por todos os meses do ano. Todos os meses decorridos deste ano tiveram altas temperaturas, ficando acima da média histórica em relação ao período 1991-2020. As informações são do Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (LAPIS).
Este fenômeno climático extremo se manifestou ao longo de todo o ano de 2024, com 9 episódios de ondas de calor registrados até o momento. A onda de calor que se encerra nesta semana, no Sudeste e Centro-Oeste, deve retornar somente daqui cerca de 30 dias.
As altas temperaturas atingiram todo o território brasileiro, com destaque para a região norte do Amazonas, uma das áreas com maior índice de risco climático.
Segundo especialistas, o aumento da temperatura global da superfície terrestre e dos oceanos, combinado com a intensificação das mudanças climáticas, são os principais fatores responsáveis por essas ondas de calor recorrentes. Além disso, a fumaça das queimadas agrava ainda mais a situação.
Compreender os impactos das mudanças climáticas e quantificar o risco climático é fundamental para nortear as melhores decisões para políticas públicas, pois, ao identificar as áreas mais vulneráveis, é possível implementar medidas de adaptação e mitigação para minimizar os danos causados por eventos extremos como as ondas de calor.
Um mapa elaborado a partir de modelos de previsão climática demonstram que as áreas em vermelho, no Índice de Risco Climático, correspondem às regiões com temperaturas acima do normal e coincidem com áreas de mudanças no uso da terra. Veja o mapa.
Para o especialista em clima e fundador do LAPIS, Humberto Barbosa, as ondas de calor que assolaram o Brasil em 2024 são um claro sinal dos impactos das mudanças climáticas causadas pela ação humana.
“Essas ondas de calor não são naturais, mas provocadas pela ação humana, principalmente pela fumaça das queimadas”, completa Humberto.
Para ele é crucial que a sociedade e os governos atuem de forma conjunta para reduzir as emissões de gases do efeito estufa e implementar medidas de adaptação para enfrentar os desafios impostos por um clima cada vez mais extremo.
Uma outra projeção feita pelo Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (LAPIS), mostra um mapa com feito por satélites que mostram áreas em vermelho, sendo essas as mais afetadas por onda de calor, desde o início desta semana. Devem perdurar até a próxima semana, quando a onda dará uma trégua. As áreas em cinzas e branca representam áreas não afetadas pela onda de calor, com destaque para região Centro-Oeste. Veja o mapa.
A CNN conversou com a especialista em climatologia da Tempo Ok, Maria Sassaki, que confirmou as expectativas sobre a passagem de uma onda de calor nas regiões Sudeste e no Centro-Oeste.
A previsão do tempo para o Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil indicam que a próxima onda de calor deve chegar em meados de novembro. Entretanto, as temperaturas devem subir em vários momentos de outubro.
“Agora a tendência é de aumento da umidade, isso dificulta as ondas de calor. (…) Mas onda de calor intensa, iguais as que vivemos até agora, se acontecer, será lá para meados de novembro”, afirma Sassaki.