As queimadas entre os meses de junho e agosto de 2024 devastaram 2,4 milhões de hectares do bioma amazônico e emitiram 31,5 milhões de toneladas de CO2 equivalente.
Ao todo, o aumento da emissão foi de 60%, se comparado com o mesmo período do ano passado.
Esse valor é quase o equivalente à emissão anual da Noruega (32,5 milhões de toneladas de CO2 equivalente).
Os números são de uma estimativa feita pelo Ipam (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia), instituição que faz parte do SEEG (Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa).
Segundo o órgão, mais de 2 a 4 milhões de toneladas de CO2 devem continuar sendo emitidas pelos próximos 5 a 10 anos devido à decomposição da vegetação atingida.
“Um importante impacto dos incêndios florestais nas emissões não ocorre no momento em que a floresta está queimando, mas depois, quando principalmente as grandes árvores morrem e continuam a emitir CO2 por muitos anos”, explica Ane Alencar, diretora de Ciência do Ipam.
Nos próximos anos, talvez não vejamos a fumaça, mas as emissões continuarão ali e, com elas, o aumento do aquecimento global”. completa Camila Silva, pesquisadora do Ipam.
Além disso, a seca intensa que atinge o país intensifica os incêndios que tem se espalhado pela Amazônia.
Segundo o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), a seca que assola o Brasil, é a mais longa dos últimos 70 anos.
Entre as causas estão um conjunto de fatores como o aquecimento global, a estiagem e mudanças do uso do solo, que dificultam a umidade no próprio solo e degradam a vegetação.
*Sob supervisão