O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse na terça-feira (10) que a recente apreensão de um avião ligado a ele, realizada na República Dominicana a pedido do governo dos Estados Unidos, foi um “roubo”. Ele também chamou o presidente dominicano, Luis Abinader, de “ladrão”.
Maduro pontuou que estaria atento ao debate entre Kamala Harris e Donald Trump e que “se meu avião não tivesse sido roubado na República Dominicana, eu iria para lá”.
“O presidente ladrão da República Dominicana, Abinader, que é um bandido, um ladrão, me deixou sem avião. O povo da República Dominicana lhe cobrará no devido tempo”, adicionou.
O porta-voz da Presidência da República Dominicana disse à CNN que não tinha comentários sobre as declarações.
Maduro fez as críticas durante uma reunião do conselho do governo federal, uma semana depois da CNN anunciar a apreensão da aeronave.
Avião apreendido
A aeronave, um Dassault Falcon 900 EX, estava na República Dominicana para manutenção quando foi imobilizada por ordem judicial. Depois, o veículo foi levado para a Flórida, como parte de uma investigação do Departamento de Justiça dos Estados Unidos por possível contrabando e lavagem de dinheiro.
Na semana passada, após o anúncio do confisco do avião, Abinader afirmou em coletiva de imprensa que a aeronave não estava registrada no nome do governo da Venezuela, mas de um indivíduo, que não teve a identidade especificada.
A administração federal venezuelana, no entanto, considerou o caso um ato de “pirataria” e atacou Washington.
“Mais uma vez, as autoridades dos Estados Unidos, em uma prática criminosa que só pode ser qualificada como pirataria, confiscaram ilegalmente uma aeronave que tem sido utilizada pelo presidente da República, justificando-se nas medidas que impõe de forma unilateral e ilegal em todo o mundo”, declarou em um comunicado.
Na quinta-feira (5), o ministro do Interior, Justiça e Paz da Venezuela, Diosdado Cabello, descreveu a apreensão como um “roubo”.
Ciente destes acontecimentos, a CNN revelou que existe um segundo avião ligado a Maduro que está sob vigilância permanente na República Dominicana.
Esta troca de ataques ocorre em meio a tensões em todo o continente devido aos resultados contestados das eleições presidenciais de 28 de julho na Venezuela, que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) reconheceu Maduro como vencedor.
Embora os governos da Bolívia, Cuba e Nicarágua tenham parabenizado Maduro, mais de dez países – incluindo Argentina, Chile, Costa Rica, Guatemala, Panamá, Paraguai, Uruguai, assim como os Estados Unidos e a República Dominicana – questionaram os números do CNE.
As nações pontuaram que as evidências indicam que o vencedor do pleito foi o opositor Edmundo González, exigindo que os resultados detalhados sejam divulgados.
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