A Rússia disse nesta quarta-feira (11) que sua parceria com a China não é voltada contra outros países, mas as duas potências poderiam “combinar potencial” se enfrentassem uma ameaça dos Estados Unidos.
“Gostaria de lembrar que Moscou e Pequim responderão à ‘dupla contenção’ dos Estados Unidos com ‘dupla contração’”, disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores Maria Zakharova quando questionada sobre uma possível implantação de mísseis dos EUA no Japão.
O Japan Times relatou em 7 de setembro que os Estados Unidos haviam expressado interesse em posicionar um sistema de mísseis de médio alcance Typhon no Japão para exercícios militares conjuntos.
“Está claro que tanto a Rússia quanto a China reagirão ao surgimento de ameaças de mísseis muito significativas, e sua reação estará longe de ser política, o que também foi repetidamente confirmado pelos dois países”, advertiu Zakharova a repórteres em fala semanal.
Ela afirmou que a Rússia e a China tinham uma parceria estratégica que não tem intenção agressiva.
“Nossas relações não são direcionadas contra outros países… e a dupla contra-ação não contradiz isso. Esta é uma posição defensiva, esta não é uma iniciativa para atingir outros países”, explicou Zakharova.
“Mas se uma política agressiva de ataque está sendo implementada contra nós de um centro, por que não combinamos nosso potencial e damos uma repreensão apropriada?”, questionou.
Parceria “sem limites”
Os presidentes Vladimir Putin e Xi Jinping assinaram um acordo de parceria “sem limites” em 2022, menos de três semanas antes do líder russo enviar suas tropas para a Ucrânia.
Em maio deste ano, eles concordaram em aprofundar o que chamaram de “parceria abrangente e cooperação estratégica” para uma nova era.
Os dois países não declararam uma aliança militar formal, embora Putin tenha classificado as nações na semana passada como “aliados em todos os sentidos da palavra”.
Rússia e China realizaram exercícios militares conjuntos, incluindo exercícios navais que começaram na terça-feira (10). Putin, supervisionando o lançamento das manobras, alertou os Estados Unidos contra tentativas de superar a Rússia aumentando seu poder militar na região da Ásia-Pacífico.