Familiares de venezuelanos detidos se reuniram em frente à embaixada do Brasil em Caracas, nesta quarta-feira (11) para pedir que o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, interceda junto ao governo de Nicolás Maduro para garantir a libertação dos presos no contexto dos protestos pós-eleitorais.
Entre as denúncias dos familiares estão as restrições para entrar em contato com os detidos, a falta de transparência para saber em que condições e local se encontram, e a não permissão de contratar defesa privada.
A CNN solicitou comentários para o Ministério Público da Venezuela e Itamaraty do Brasil.
“Quero reiterar que tanto as famílias como os presos estão encapuzados para nos obrigar a entrar numa área de visita onde nem sequer temos contato físico com eles”, disse Andreina Baduel, irmã do detido Adolfo Baduel, à CNN.
Os irmãos Baduel são filhos do ex-ministro da Defesa, Raúl Isaías Baduel, ex-aliado do chavismo, arquiteto do movimento militar que restaurou Hugo Chávez no poder após o breve golpe de Estado de abril de 2022, e que morreu na prisão após ter sido acusado de corrupção.
Os protestos foram denunciados como atos de vandalismo e ataques que faziam parte de uma tentativa de golpe de Estado do governo de Maduro, que garantiu, sem provas, que eles foram promovidos pelos opositores com o apoio de governos e personalidades no exterior.
Manuel Cobela contribuiu para esta reportagem.