Um policial militar reformado foi flagrado agredindo com vários socos e tapas um jovem de 16 anos, na tarde de quinta-feira (5), na cidade de Cabo Frio, Região dos Lagos do Rio de Janeiro.
O jovem estava brincando de bola com outras crianças na praça do bairro Parque Burle quando o homem começou as agressões.
Tudo foi gravado. No vídeo é possível ouvir os gritos, xingamentos e os barulhos dos tapas. Mesmo o jovem pedindo desculpas e pedindo para parar, o policial militar continua.
“Tá me olhando com cara de babaca..”, diz o homem. Uma pessoa que assiste a cena, fala assustada: “Que isso!”.
O agressor, continua: “Não fica me olhando com cara de babaca não! Se quer me conhecer, você vai me conhecer!”.
O jovem pede desculpas. “Desculpa, desculpa!”. E o homem segue dizendo: “Sai daqui, tu mora aonde, tu mora aonde, liga pro teu pai agora”. O menino continua pedindo desculpas enquanto apanha mais: “Desculpa, vou ligar… por favor, para!”.
Em um determinado momento o homem fala: “Aqui quem manda sou eu!…vai gritar, vai gritar? Seu babaca, seu babaca!”
Em nota, a Polícia Militar do Rio informou que os agentes do batalhão de Cabo Frio não foram acionados para o caso. No entanto, após tomar conhecimento do episódio, uma viatura foi enviada ao local da ocorrência e constatou que o autor da agressão era um policial militar reformado.
De imediato, a unidade comunicou o ocorrido à Corregedoria-Geral da Corporação, que instaurou um procedimento para analisar a conduta do agente.
A Polícia Civil disse que o caso foi registrado na 126ª DP (Cabo Frio). Os envolvidos estão sendo ouvidos e diligências estão em andamento para esclarecer todos os fatos.
Na delegacia, o jovem contou que foi abordado porque o homem o viu com um cigarro de maconha na orelha. Disse ainda que foi repreendido e acatou a ordem de jogar o cigarro fora. Mas mesmo assim, as agressões continuaram.
A prefeitura de Cabo Frio também se manifestou. Em nota as secretarias da Criança e do Adolescente repudiou as agressões e ressaltou que “Nenhum ato discriminatório, vexatório, humilhante e violento contra as crianças e adolescentes serão tolerados” E que independentemente da motivação, “A proporção da medida empregada é completamente absurda, pelo que pugnamos pela garantia dos direitos desse adolescente”.