A Polícia Federal aponta que uma fazenda sequestrada judicialmente durante a Operação Taurus Aureus nesta semana era utilizada como importante ponto de apoio ao garimpo ilegal no Território Yanomami, em Roraima.
De acordo com o delegado federal Michel Saliba, a propriedade funcionava como “uma espécie de porto”, atuando na distribuição de remessa de suprimentos para o funcionamento do garimpo e no recebimento do ouro advindo da prática.
O sequestro judicial é uma medida da Justiça que deixa um bem indisponível até que haja uma decisão final no processo.
Na terça-feira (3), além de cumprir o bloqueio da prioriedade rural, a PF prendeu cinco pessoas ligadas ao garimpo ilegal no Território Yanomami e cumpriu 15 mandados de busca e apreensão.
Saliba afirma que dentre os presos preventivamente estão garimpeiros; financiadores; compradores do ouro advindo da terra Yanomami e pessoas que agiam na logística de fornecimento de suprimentos para o garimpo.
“Foram identificados diversos grupos que atuavam no auxílio ao funcionamento do garimpo ilegal […]. O garimpo depende da existência de diversos bens e suprimentos, e esse pessoal realizava o fornecimento desses suprimentos”, explicou o delegado.
A operação de terça, realizada nos estados de Roraima e Rondônia, buscou descapitalizar as organizações criminosas responsáveis pelo garimpo ilegal na terra indígena.
Os investigadores dizem que são medidas legais de garantia e reparação dos “imensuráveis danos ambientais causados pela atividade”.
Os mandados estão diretamente ligados à Operação Libertação, a ação permanente iniciada em fevereiro de 2023 por determinação do então ministro da Justiça Flávio Dino, para desintrusão dos invasores da Terra Indígena Yanomami.