Em entrevista à CNN, o professor de Relações Internacionais da ESPM Leonardo Trevisan afirmou que a crise política na Venezuela tem gerado repercussões significativas no cenário político brasileiro.
Segundo Trevisan, embora parte da população brasileira possa não ter uma compreensão exata da dimensão da crise venezuelana, há uma percepção clara de que não se deseja uma situação semelhante no Brasil.
Além disso, a presença de aproximadamente 600 mil imigrantes venezuelanos em território nacional torna a questão ainda mais tangível para os brasileiros.
Ônus político para o governo Lula
O professor ressalta que o governo brasileiro enfrenta um “ônus político pesado” devido à sua atuação no contexto venezuelano.
“O governo passou da condição de fiador do acordo de Barbados, de outubro de 2023, para a condição de responsável pelo acordo”, afirma Trevisan.
Um ponto crucial destacado pelo especialista foi o envio do assessor internacional da Presidência, Celso Amorim, como emissário de alto nível para acompanhar o pleito eleitoral na Venezuela.
Essa ação, segundo Trevisan, representou um “um comprometimento” por parte do Brasil, possivelmente contrariando recomendações de cautela da área técnica do Itamaraty.
Divergências internas e percepção de risco
Trevisan também apontou para divergências dentro do governo brasileiro em relação à questão venezuelana.
As declarações do ministro da Casa Civil, Rui Costa, contrastam com o silêncio do Itamaraty sobre o caso, evidenciando diferentes posicionamentos internos.
O especialista sugere que o presidente Lula (PT) parece ter percebido os riscos políticos envolvidos.
A frase “Maduro é responsável pelos seus atos”, atribuída ao presidente, é interpretada por Trevisan como um marco de distanciamento, indicando que o governo brasileiro reconhece que a crise tomou novas proporções e pode causar danos à sua posição política interna.
A análise de Trevisan ressalta a complexidade da situação e a necessidade de uma abordagem cuidadosa por parte do governo brasileiro, equilibrando as relações diplomáticas com a Venezuela e as implicações políticas domésticas.
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