Em entrevista à CNN, o presidente do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), Rodrigo Agostinho, comentou sobre as queimadas que atingiram o país nos últimos dias.
Agostinho alertou que o “foco de calor agora está no sul da Amazônia” e ressaltou que a região enfrenta a maior seca dos últimos 44 anos.
Segundo o presidente do Ibama, atualmente, mais de 3 mil brigadistas trabalham em todo o Brasil para combater os incêndios florestais.
A estiagem severa, que já dura seis anos sem as cheias do rio Guaporé, deve persistir durante o mês de setembro e parte de outubro, agravando o cenário de risco de queimadas.
Ação humana e investigações em curso
Agostinho enfatizou que todos os incêndios registrados têm origem em ações humanas. “Fogo não pega espontaneamente”, afirmou.
O Ibama não detectou formação de raios no momento, descartando causas naturais para as queimadas.
As autoridades já detiveram cinco pessoas em São Paulo, uma no Paraná e outra em Goiás durante as investigações sobre os incêndios.
Na Amazônia, diversos inquéritos foram abertos, especialmente por órgãos estaduais.
Estratégias criminosas e impactos ambientais
O presidente do Ibama explicou que, na Amazônia, o fogo é frequentemente utilizado como estratégia para degradar a floresta e facilitar a entrada de gado.
Essa prática tem sido observada em regiões como Acre, Rondônia e Sul do Amazonas, ao longo de importantes rodovias como a Transamazônica (BR-230), a BR-319 próximo a Porto Velho, e a BR-163 na ligação entre Mato Grosso e Pará.
Agostinho também mencionou a região do Matopiba (Maranhão, Piauí, Tocantins e Bahia), onde criminosos ateiam fogo à vegetação após o desmatamento do Cerrado.
Essas ações resultam em sérias complicações para a saúde humana, causando problemas respiratórios, além de provocar perda significativa de biodiversidade, tanto da flora quanto da fauna.
O presidente do Ibama fez um apelo à população: “Vamos atravessar essa seca, mas, por favor, não coloquem fogo”.
Ele lembrou que provocar incêndios florestais é crime, punível com pena de até seis anos de prisão, e reforçou a importância da conscientização e da ação preventiva para proteger o meio ambiente e a saúde pública.
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