O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, anunciou uma significativa reorganização em seu gabinete, em um movimento que especialistas interpretam como uma tentativa de consolidar seu poder e enfrentar os desafios políticos e econômicos que se aproximam.
Segundo avaliou a analista de Internacional da CNN Fernanda Magnotta, essa reestruturação governamental não é uma novidade, mas reflete as necessidades atuais do regime.
“É um redesenho, um rearranjo de poder que o governo Maduro vai tentando estabelecer com vistas ao que vem pela frente, a continuidade da contestação dessa eleição e eventualmente em busca também de elos de lealdade mais interessantes para que ele possa de fato governar”, explicou Magnotta durante o CNN 360°.
Estratégia tripartite
A analista destaca que a reorganização do gabinete parece seguir três objetivos principais. Primeiramente, há um reconhecimento do peso estratégico do setor petrolífero para a economia venezuelana.
“Ele vai tentar redirecionar a política energética, até porque ele reconhece também que uma das fragilidades do seu governo é justamente a questão econômica”, afirmou Magnotta.
Em segundo lugar, as mudanças visam reforçar a base política de Maduro. A inclusão de figuras de confiança e capazes de criar consenso, remetendo ao chavismo tradicional, é vista como uma preparação para possíveis contestações mais intensas ao seu governo.
Por fim, a reestruturação sinaliza uma abertura para eventuais rearranjos militares. Magnotta ressalta a importância do apoio das Forças Armadas para a manutenção de Maduro no poder: “Ele precisa a todo momento fazer ajustes que permitam dentro do governo acenar para esses grupos, não só para garantir a governabilidade, mas também evidentemente porque ele precisa manter presente constantemente esse apoio do extrato militar”.
As alterações no gabinete de Maduro ocorrem em um momento de crescente pressão internacional e contestações internas à legitimidade de seu governo.
A comunidade internacional e a oposição venezuelana têm questionado a transparência e a lisura dos processos eleitorais no país, aumentando a necessidade de Maduro de fortalecer sua posição internamente.
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