Um alto funcionário do órgão eleitoral venezuelano denunciou irregularidades na disputa que resultou na vitória contestada do presidente Nicolás Maduro.
O reitor do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) admitiu a falta de transparência no processo, lançando dúvidas sobre a legitimidade do resultado.
Segundo a analista de Internacional da CNN Fernanda Magnotta, essa revelação acrescenta credibilidade às preocupações já expressas por diversos interlocutores durante o processo eleitoral venezuelano.
“Há um acréscimo de legitimidade às desconfianças, o que eleva o peso e a responsabilidade sobre aqueles que eventualmente reconhecem o governo Maduro como aquele que venceu as eleições”, afirmou Magnotta.
No entanto, a especialista ressalta que, do ponto de vista prático, essa denúncia representa muito pouco em termos de mudança concreta na dinâmica de poder na Venezuela.
Magnotta explica que uma alteração significativa dependeria principalmente do apoio da classe militar venezuelana.
A analista enfatiza que a posição das Forças Armadas tem sido um fator determinante na manutenção do poder na Venezuela, tanto durante o governo de Hugo Chávez quanto o de Maduro.
“Esse governo apenas cairá ou aceitará uma negociação mais rigorosa de transição de poder, de compartilhamento de poder ou qualquer coisa do tipo se houver um desembarque dos militares”, argumenta Magnotta.
Até o momento, não há sinais de que a liderança militar esteja disposta a abandonar o governo estabelecido, apesar dos protestos e denúncias vindos de várias frentes.
A situação atual sugere que, mesmo com as irregularidades expostas, o governo Maduro mantém-se firme no poder, contando com o apoio crucial das Forças Armadas venezuelanas.
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