A empresa aérea Voepass suspendeu a venda de passagens para voos que partem ou chegam aos aeroportos de Fortaleza e Natal, entre outros destinos, até o dia 31 de agosto. Isso ocorre 10 dias após o 5º pior acidente aéreo da história, que envolveu um ATR 72 que caiu em Vinhedo (SP), matando as 62 pessoas.
No site da empresa, a venda de passagens para voos que interligam Fortaleza e Natal e estas duas cidades a Fernando de Noronha ou Juazeiro do Norte está suspensa até 31 de agosto. Segundo a companhia, a medida foi adotada “em decorrência da reorganização da malha por contingenciamento”, ocasionando atrasos e cancelamentos de voos.
A operadora responsável pelo aeroporto de Fernando de Noronha, não vem realizando os voos que interligam o arquipélago a Fortaleza e Natal desde o dia 12, além de suspender a venda de passagens da Voepass. A operadora só manteve dois voos diários entre Recife e Fernando de Noronha, que atendem prioritariamente aos clientes que adquiriram bilhetes vendidos pela Latam, da qual a Voepass é parceira comercial.
Pedidos de cancelamentos
Desde o acidente com o voo 2283, consumidores que decidiram não voar com a Voepass e cancelar suas passagens têm procurado órgãos e plataformas de direitos do consumidor, como o site Reclame Aqui, relatando que enfrentam dificuldades para receber o reembolso integral do valor que gastaram com os bilhetes, ou mesmo a realocação em outros voos. As queixas sobre cancelamentos de voos pela própria empresa também se multiplicaram.
E comunicado, a Voepass lamentou os contratempos causados pelo contingenciamento. “Estamos trabalhando para minimizar transtornos aos nossos clientes. Todos os passageiros estão sendo alocados em outros voos. A Voepass trabalha arduamente para atender às expectativas de seus clientes e é solidária a eventuais queixas, que são consideradas para aprimorar a prestação de nossos serviços, e concentra o atendimento a elas em seus canais oficiais”, informou a companhia, em nota, sem detalhar o impacto da suspensão temporária da venda de passagens e a quantidade de voos cancelados desde a tragédia no interior de São Paulo.
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) afirmou que monitora, regularmente, as reclamações que passageiros registram nos canais de atendimento. Servidores da agência se reuniram com representantes da Voepass para discutir as providências que a empresa deve adotar para garantir a normalidade de suas operações. O órgão é responsável por regular e fiscalizar as atividades de aviação civil no Brasil.
A agência orienta os passageiros afetados a contatarem a companhia aérea responsável pelo voo, em caso de atrasos, cancelamentos e interrupção do serviço de transporte aéreo. As companhias aéreas devem cumprir os dispositivos previstos na Resolução nº 400, de 13 de dezembro de 2016, que trata das condições gerais para o transporte de passageiros.