O cientista político e CEO da Arko Advice, Murillo de Aragão, declarou durante o programa WW que não considera “prudente ou correto” que o Brasil exija as atas da eleição na Venezuela.
Segundo o especialista, tal pedido deveria partir das autoridades e do povo venezuelano, respeitando a soberania do país.
Aragão argumentou: “Eu não gostaria, por exemplo, que amanhã a Venezuela exigisse as atas ou os resultados das eleições do Brasil. Acho que isso fere a soberania”.
Diplomacia brasileira em xeque
O especialista ressaltou que este é apenas um dos “tropeços” nas relações internacionais do Brasil em relação à Venezuela.
Ele apontou uma “brutal confusão” na postura do governo brasileiro, destacando a aparente solidariedade ao regime chavista, mas também certo constrangimento com os acontecimentos recentes.
Aragão reconheceu, no entanto, um momento de pragmatismo da diplomacia brasileira ao denunciar a perseguição de bispos católicos na Nicarágua, o que resultou em uma quase ruptura das relações diplomáticas entre os países.
Busca por soluções
O cientista político enfatizou a necessidade de o governo brasileiro encontrar um caminho para lidar com a situação venezuelana.
“Acho que ele deve efetivamente tentar contribuir para uma solução”, afirmou Aragão.
Contudo, ele destacou o paradoxo enfrentado pelo Brasil: por um lado, existe uma certa afinidade ideológica com o chavismo e, por outro, uma indignação com as “atrapalhadas” de Nicolás Maduro no processo eleitoral.
A situação na Venezuela continua sendo um desafio para a diplomacia brasileira, que busca equilibrar princípios de não intervenção com a promoção da democracia na região.
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