O conselheiro da presidência da Ucrânia, Mykhailo Podolyak, disse nesta quinta-feira (8) que a agressividade da Rússia foi o motivo de qualquer intensificação do conflito, o que incluiria os eventos nas regiões russas de Kursk e Belgorod.
“A causa principal de qualquer escalada, bombardeio, ações militares, retiradas forçadas e destruição de formas de vida normais, inclusive dentro dos próprios territórios (da Rússia), como as regiões de Kursk e Belgorod, é exclusivamente a agressão incontestável da Rússia”, escreveu Podolyak no X.
A Rússia disse que as forças ucranianas haviam entrado em sua fronteira sul na terça-feira (6), em uma das maiores invasões ao território russo desde o início da guerra.
Os militares ucranianos e a alta liderança não comentaram os eventos na região de Kursk. Em seu discurso na noite de quarta-feira (7), o presidente Volodymyr Zelensky disse que a pressão sobre a Rússia era fundamental para a paz.
“Quanto mais pressão exercermos sobre a Rússia – o agressor que trouxe a guerra para a Ucrânia – mais próximo estaremos da paz. Uma paz justa por meio de uma força justa”, disse Zelensky.
Em pronunciamento em rede nacional na noite de quarta-feira (7), Podolyak disse que a Rússia não reagirá a “nenhuma proposta” antes de receber “ataques retaliatórios agressivos e apropriados”.
Nos mais de dois anos desde o início da invasão em larga escala, a Rússia tem usado suas regiões de fronteira para ataques de artilharia e bombas guiadas contra a Ucrânia.
Podolyak disse que a Ucrânia poderia impedir essa estratégia ao afastar a infraestrutura militar russa de sua fronteira ou ao contar com o uso sistemático de armas de longo alcance – estratégia sujeita a restrições dos aliados ocidentais da Ucrânia.
“Por meio de operações diretas, operações de natureza contundente, devido ao fato de que a Rússia não está absolutamente pronta para defender seus territórios, você está recuando e protegendo essa fronteira sanitária ou uma zona sanitária”, disse Podolyak.
O assessor presidencial se recusou a comentar sobre os acontecimentos específicos no distrito de Kursk, dizendo que somente os militares podem falar sobre os detalhes operacionais e táticos dos eventos no local.