As forças israelenses intensificaram os ataques em toda a Faixa de Gaza nesta quinta-feira (8), matando pelo menos 25 pessoas, disseram médicos palestinos, em mais uma batalha com militantes liderados pelo Hamas, enquanto Israel se prepara para uma potencial guerra mais ampla na região.
Os ataques aéreos israelenses atingiram um aglomerado de casas no campo de Al-Bureij, no centro de Gaza, matando pelo menos 15 pessoas, e o campo próximo de Al-Nuseirat, onde mataram quatro, disseram médicos. Nuseirat e Bureij estão entre os oito campos históricos do enclave densamente povoado e são vistos por Israel como redutos de militantes armados.
Aviões israelenses também bombardearam uma casa no coração da cidade de Gaza, no norte, matando cinco palestinos, enquanto outro ataque aéreo na cidade de Khan Younis, no sul, matou uma pessoa e feriu outras, segundo médicos.
Os braços armados do Hamas e da Jihad Islâmica disseram estar disparando foguetes antitanque e morteiros contra as forças israelenses que operavam em Gaza, causando mortes e feridos entre eles.
Os militares de Israel disseram ter atingido dezenas de alvos militares em Gaza nas últimas 24 horas, incluindo plataformas de lançamento de foguetes.
Militantes liderados pelo Hamas desencadearam a guerra em Gaza em 7 de outubro do ano passado, com um ataque chocante às comunidades israelenses, matando 1.200 e fazendo cerca de 250 reféns, segundo registros de Israel.
Desde então, pelo menos 39.699 palestinos foram mortos, incluindo 22 nas últimas 24 horas, e 91.722 feridos na devastadora guerra aérea e terrestre de Israel em Gaza, informou o Ministério da Saúde de Gaza em uma atualização nesta quinta-feira.
O ministério no território controlado pelo Hamas não faz distinção entre combatentes e civis nas suas listas de mortes.
À medida que a guerra em Gaza avança, Israel tem se preparado para outro ataque esperado nos próximos dias, após promessas do Irã e de seu representante no Líbano, o Hezbollah, de retaliar pelos assassinatos na semana passada do líder do Hamas, Ismail Haniyeh, em Teerã, e do comandante militar do Hezbollah, Fuad Shukr, em Beirute.
Um conflito relativamente contido entre Israel e o Hezbollah ao longo da sua fronteira norte, uma repercussão dos combates em Gaza, ameaça agora transformar-se numa guerra regional total.
Mais enterros em Gaza
Na quinta-feira, dezenas de palestinos correram para o Hospital Nasser em Khan Younis para se despedirem de parentes assassinados antes de levá-los para os enterros.
Imagens da Reuters mostraram parentes retirando os corpos de seus entes queridos em sacos plásticos com nomes escritos e fazendo orações especiais antes dos funerais.
Os militares israelenses renovaram as ordens de evacuação aos residentes palestinos em vários distritos no leste de Khan Younis, dizendo que agiriam com força contra os militantes que lançaram foguetes dessas áreas.
O exército postou a ordem de retirada no X e os moradores disseram ter recebido mensagens de texto e áudio.
Nesta quinta-feira, a World Central Kitchen (WCK), uma agência humanitária não governamental com sede nos EUA, disse que um funcionário palestino, Nadi Salllout, foi morto enquanto aparentemente estava fora de serviço na quarta-feira, perto de Deir Al-Balah, no centro de Gaza. A WCK disse que estava buscando mais detalhes.
Os militares israelenses disseram não ter conhecimento de tal incidente, acrescentando que estiveram em contato com a WCK.
Em abril, sete funcionários da WCK foram mortos num ataque aéreo israelense, o que levou a organização a suspender as operações durante quase um mês.
Israel disse então que as suas investigações encontraram erros graves e violações de procedimentos por parte dos seus militares, e que dois oficiais superiores foram demitidos e comandantes superiores repreendidos.
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