O Irã executou um homem de 34 anos, chamado Reza Rasaei, acusado de matar um oficial de segurança durante os protestos sobre a morte de Mahsa Amini, segundo a mídia estatal.
Essa é a primeira execução conhecida relacionada aos protestos desde que um presidente relativamente moderado assumiu o cargo no país.
A morte de Mahsa Amini gerou uma onda de protestos no Irã, em 2022. A jovem foi detida pela chamada polícia da moralidade por usar de “forma incorreta” o véu que cobre a cabeça. O caso gerou comoção nacional e internacional e milhares de pessoas saíram às ruas contra o governo iraniano.
Em novembro de 2022, Reza Rasaei juntou-se aos protestos contra a morte de Amini, que ficou conhecido como: “Mulher, Vida, Liberdade”.
Os atos tomaram conta da capital Teerã e também de outras cidades do país. Rasaei participou dos atos em Sahneh, onde agente de segurança Nader Bayrami foi esfaqueado e morto.
Segundo a agência de notícias Tasnim, Bayrami era o chefe de inteligência da elite dos Guardas Revolucionários da República Islâmica no condado de Sahneh.
Rasaei foi acusado e condenado à morte pelo assassinato de Bayrami, em outubro de 2023. Ele foi executado nesta terça-feira (6), informou a agência de notícias oficial do judiciário Mizan.
“Após quatro sessões, e com base na opinião do patologista forense, bem como nas confissões dos acusados, foi provado que a morte foi causada por uma faca pertencente a Rasaei,” disse Mizan qyue citou o promotor regional.
A Anistia Internacional disse que Rasaei foi condenado à morte após “um julgamento grosseiramente injusto que se baseou em suas confissões forçadas obtidas sob tortura”.
Masoud Pezeshkian, que venceu a eleição como presidente em julho, havia exigido em 2022 esclarecimentos das autoridades sobre a morte de Amini e fez promessas durante sua campanha eleitoral para melhor proteger os direitos das mulheres e minorias.