O Rio Guaíba, que atingiu sua máxima histórica de cheia em meio às chuvas que afetam o Rio Grande do Sul, ainda está em níveis críticos e deve permanecer acima da cota de inundação – que é de 3 metros – até a próxima semana, de acordo com análises do Serviço Geológico do Brasil (SGB).
O rio corta a capital gaúcha, Porto Alegre, e a cheia impacta também municípios da Região Metropolitana, que estão entre os mais prejudicados pelos temporais.
Desde o início das fortes chuvas, na segunda-feira (29), o Guaíba subiu mais de três metros e, no sábado (5), chegou à máxima histórica de 5,33 m, 58 cm acima do recorde anterior, de 4,75 m, registrado em 1941.
Após o pico, o nível estabilizou, mas ainda não registrou baixa significativa. De acordo com a última atualização da Prefeitura de Porto Alegre, nesta terça-feira (7) o Guaíba está em 5,27 metros.
“O nível está estável e indicando início do processo de descida. No entanto, pode permanecer acima dos 4 metros até em torno de sábado (11). Ainda existe previsão de chuva na região e, caso elas ocorram de modo mais intenso, pode haver atraso no processo de descida, com possibilidade de algumas elevações durante a recessão” explica o coordenador do Sistema de Alerta Hidrológico do SGB, Artur Matos.
De acordo com os pesquisadores, esse cenário é resultado do que tem sido observado em estações acima da região, cujo volume de águas deságua no Rio Guaíba. Na Bacia do Rio Taquari, nas cidades de Estrela, Venâncio Aires e Taquari, o nível ainda está acima da cota de inundação.
Estrela chegou à máxima histórica de 33,35 m, e está baixando. No município de Bom Retiro do Sul, o rio já saiu da cota de inundação e também está em processo de descida.Na Bacia do Rio Jacuí e às margens do Guaíba, dezenas de outros municípios ainda apresentam níveis acima da cota de inundação.
Alerta para a região sul do estado
O SGB alertou ainda para a tendência de que o alto volume de águas noo Rio Guaíba deságue na Lagoa dos Patos, na região sul do estado, o que gera alerta para os municípios da região.
Na parte oeste do estado e na região central, a situação dos rios também é preocupante devido à elevação de níveis na Bacia do Rio Uruguai. Em Itaqui, São Borja e Uruguaiana a tendência é de subida do nível dos rios.
As cidades de Porto Mauá, Manoel Viana, Garruchos e Alegrete, estão acima da cota de inundação, mas com tendência de declínio dos níveis. Já em Iraí, Itapiranga, Porto Lucena e Rosário do Sul, o rio está acima da cota de alerta, mas em processo de descida, conforme aponta o último boletim do Sistema de Alerta da Bacia do Rio Uruguai.
As cidades de São Sebastião do Caí e Montenegro, na Bacia do Rio Caí, ainda estão acima da inundação, mas em processo de descida. Nesses municípios, também foram registrados os maiores níveis da história. São Sebastião do Caí chegou a 17,6 m e Montenegro ultrapassou o recorde de 9,55 m da cheia de 1941.