Os ministros das Relações Exteriores do Grupo dos Sete denunciaram nesta sexta-feira (10) o que chamaram de falta de legitimidade democrática na posse do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.
“Rejeitamos a contínua e repressiva pressão de Maduro no poder às custas do povo venezuelano”, afirmou uma declaração emitida pelo Canadá.
O Canadá é o presidente do grupo deste ano.
O G7 é uma organização informal de líderes de algumas das maiores economias do mundo: Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Reino Unido e Estados Unidos.
Nicolás Maduro assumiu o terceiro mandato como presidente da Venezuela na Assembleia Nacional, em Caracas, nesta sexta-feira (10).
A posse acontece em meio a um cenário de turbulência política, no qual Maduro enfrenta contestações sobre resultado da eleição realizada em julho do ano passado e acusações de violência contra opositores.
EUA aumentam recompensa por prisão de Maduro
Também nesta sexta, os Estados Unidos impuseram sanções a oito autoridades venezuelanas e aumentaram para US$ 25 milhões a recompensa por informações que levem à prisão de Nicolás Maduro.
As novas autoridades sancionadas incluem o recentemente nomeado chefe da empresa petrolífera estatal venezuelana PDVSA, Hector Obregon, e o ministro dos Transportes da Venezuela, Ramon Velasquez.
Sanções internacionais contra autoridades da Venezuela
Além dos EUA, outros países anunciaram sanções contra autoridades da Venezuela.
O Reino Unido, por exemplo, anunciou medidas contra 15 pessoas associadas ao governo venezuelano, argumentando que elas são responsáveis por violações de direitos humanos e por minar a democracia e o Estado de direito.
O Canadá, por sua vez, impôs sanções a 14 autoridades atuais ou que já integraram o governo da Venezuela, alegando que eles estiveram envolvidos em atividades que apoiaram violações de direitos humanos.
A União Europeia também anunciou medidas do tipo, incluindo 15 integrantes do Conselho Eleitoral Nacional, do judiciário e das forças de segurança.
Entenda a crise na Venezuela
A oposição venezuelana e a maioria da comunidade internacional não reconhecem os resultados oficiais das eleições presidenciais de 28 de julho, anunciados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, que dão vitória a Nicolás Maduro com mais de 50% dos votos.
Os resultados do CNE nunca foram corroborados com a divulgação das atas eleitorais que detalham a quantidade de votos por mesa de votação.
A oposição, por sua vez, publicou as atas que diz ter recebido dos seus fiscais partidários e que dariam a vitória por quase 70% dos votos para o ex-diplomata Edmundo González, aliado de María Corina Machado, líder opositora que foi impedida de se candidatar.
O chavismo afirma que 80% dos documentos divulgados pela oposição são falsificados. Os aliados de Maduro, no entanto, não mostram nenhuma ata eleitoral.
O Ministério Público da Venezuela, por sua vez, iniciou uma investigação contra González pela publicação das atas, alegando usurpação de funções do poder eleitoral.
O opositor foi intimado três vezes a prestar depoimento sobre a publicação das atas e acabou se asilando na Espanha no início de setembro, após ter um mandado de prisão emitido contra ele.
Diversos opositores foram presos desde o início do processo eleitoral na Venezuela. Somente depois do pleito de 28 de julho, pelo menos 2.400 pessoas foram presas e 24 morreram, segundo organizações de Direitos Humanos.
Eleição na Venezuela teve urna eletrônica e voto impresso; entenda