Um policial militar da Bahia foi preso em Curitiba (PR), durante uma operação conjunta das polícias civis do Paraná e da Bahia, realizada na quinta-feira (9). O PM é suspeito de integrar uma organização criminosa responsável por extorsões mediante sequestro, tráfico de drogas e lavagem de dinheiro, esquema que movimentou cerca de R$ 150 milhões nos últimos três anos.
De acordo com o delegado da Polícia Civil do Paraná, Rodrigo Brown, as vítimas eram submetidas a ameaças e violência extrema, com mortes em alguns casos, enquanto o grupo criminoso exigia valores elevados de resgates para a liberação. Os lucros obtidos com os sequestros eram então lavados e reinvestidos em diversas atividades ilícitas, como o tráfico de drogas e a aquisição de bens de luxo.
“As investigações revelaram um esquema de divisão de funções entre os membros da organização, incluindo a participação de agentes de segurança, que auxiliavam no planejamento e execução dos crimes”, explicou o delegado.
Durante as investigações, a polícia descobriu que o policial estava tentando se infiltrar no porto de Paranaguá, no litoral paranaense, provavelmente para facilitar o tráfico internacional de drogas. No momento da prisão, o PM participava de um processo seletivo para trabalhar no local.
A operação envolveu cerca de 200 policiais e mais de 100 contas bancárias ligadas à organização foram bloqueadas. A ação também resultou na apreensão de armas, como um revólver calibre.38 e uma pistola, além de munições, eletrônicos, documentos e um total de R$ 42.620 e U$ 1.500 em espécie. Bens de luxo, incluindo carros como uma BMW, uma Range Rover Evoque e uma Mercedes, também foram confiscados.
Além do PM, outros seis mandados de prisão foram cumpridos. Em Salvador, cinco suspeitos foram detidos, em ações em Candeias, Lauro de Freitas, Dias D’Ávila e Camaçari. Além da Bahia e do Paraná, as diligências ocorreram em outros estados, como São Paulo, Ceará e Amazonas.
Segundo a Polícia Civil do Paraná, com o apoio de departamentos especializados, as investigações continuam para identificar outros envolvidos e rastrear mais bens da organização criminosa.
A CNN procurou a Polícia Militar da Bahia para verificar se algum procedimento foi instaurado contra o policial militar preso pela Polícia Civil do Paraná e aguarda retorno do órgão.