O chefe da Organização Mundial da Saúde pediu nesta segunda-feira (30) o fim dos ataques a hospitais em Gaza depois que Israel atacou um e invadiu outro nos últimos dias.
“Os hospitais em Gaza se tornaram novamente campos de batalha e o sistema de saúde está sob grave ameaça”, disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em uma publicação no X.
“Repetimos: parem os ataques a hospitais. As pessoas em Gaza precisam de acesso a cuidados de saúde. Os humanitários precisam de acesso para fornecer assistência médica. Cessar-fogo!”, ele acrescentou.
O exército israelense disse que militantes do Hamas foram alvos de um ataque ao hospital Al Wafa, na Cidade de Gaza, no domingo (29), que, segundo a defesa civil palestina, matou sete pessoas.
As forças israelenses também detiveram mais de 240 palestinos, incluindo dezenas de profissionais da equipe médica do hospital Kamal Adwan na sexta-feira (27), entre eles seu diretor, Hussam Abu Safiya, de acordo com autoridades de saúde do enclave e militares israelenses.
O exército israelense disse que o hospital estava sendo usado como um centro de comando para operações militares do Hamas e que os presos eram supostos militantes. Disse que Abu Safiya foi levado para interrogatório, pois era suspeito de ser um agente do Hamas.
Tedros, que na semana passada foi vítima de um ataque israelense contra o principal aeroporto do Iêmen, que, segundo ele, pode ter lhe custado a vida, pediu a libertação imediata de Abu Safiya e disse que o hospital Al-Ahli também sofreu ataques.
Tedros disse que a OMS e parceiros entregaram suprimentos médicos básicos, comida e água ao hospital indonésio de Gaza e transferiram 10 pacientes críticos para o hospital Al Shifa. Quatro pacientes foram detidos durante a transferência, ele disse.
“Pedimos a Israel que garanta que suas necessidades e direitos de assistência médica sejam respeitados”, disse Tedros.
Pelo menos 45.514 palestinos foram mortos e 108.189 ficaram feridos na ofensiva militar de Israel em Gaza desde os ataques do Hamas em 7 de outubro de 2023, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza.