Rosemeire Monteiro de Francisco Ibañez, chefe da Corregedoria Geral da Polícia Civil de São Paulo, pediu afastamento do cargo nesta sexta-feira (20), após a prisão de seu sobrinho, Eduardo Lopes Monteiro.
Eduardo é um dos investigados por envolvimento Primeiro Comando da Capital (PCC). Ele e outros quatro policiais teriam negociado propinas na ordem de R$ 30 milhões com membros da facção.
Anteriormente, a delegada havia se declarado suspeita no Ministério Público por parentesco com um envolvido na investigação. O órgão, no entanto, autorizou sua permanência no caso.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), Rosemeire se colocou à disposição da Instituição para seguir em outro setor, mudança que será efetivada na próxima semana.
A pasta ainda afirma que “a medida foi tomada para garantir a isenção das investigações, reafirmando o compromisso da pasta com a legalidade e transparência.”
Segundo a investigação, a aliados, o Eduardo Monteiro dava a entender que, devido ao parentesco, “não temia investigações disciplinares.”
Em uma das conversas obtidas na investigação, Eduardo Monteiro chega a afirmar que seria preso se o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) analisasse suas movimentações financeiras.
Após a prisão, a defesa de Eduardo Monteiro afirmou que os fatos que já foram investigados e arquivados pela Justiça e classificou as prisões como arbitrárias.
Prisão de delegados e policiais
Além do investigador Eduardo Lopes Monteiro, o delegado Fábio Baena Martin, o policial civil Marcelo Roberto Ruggieri e os investigadores Marcelo Marques de Souza e Rogério de Almeida Felício, da Polícia Civil de São Paulo, foram alvos de mandados de prisão na Operação Tacitus.
A investigação levou o juiz Paulo Fernando Deroma de Mello, da 1.ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores da Capital, a bloquear o patrimônio dos agentes e de outros investigados até o limite desses mesmos R$ 30 milhões.
A Operação Tacitus tem como base o acordo de colaboração premiada do empresário Vinicius Gritzbach, executado na área de desembarque do aeroporto de Guarulhos no dia 8 de novembro. Ele delatou um esquema de corrupção e extorsão na Polícia Civil.