O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou nesta quinta-feira (19) que tirou a Rússia da beira do precipício, depois do caos do fim da União Soviética, e construiu um país que se tornou uma potência soberana que se defende.
Putin, um ex-agente da KGB que assumiu o poder oito anos depois da queda do regime comunista, em 1991, é o líder mais longevo do Kremlin desde Josef Stalin, que morreu em 1953, aos 74 anos.
“Saímos da beira do precipício”, disse Putin durante uma coletiva a jornalistas. “Fiz tudo para garantir que a Rússia fosse uma potência independente e soberana, capaz de tomar decisões baseadas em seu próprio interesse”, afirmou o líder russo.
Putin afirmou que o Ocidente apoiou ex-presidente Boris Yeltsin inicialmente, mas mudou a abordagem depois que o ex-presidente se posicionou contra ações ocidentais, como o bombardeio da Iugoslávia, em 1999, realizado pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
Putin, que nasceu apenas sete anos depois da Segunda Guerra Mundial, prometeu aos russos que vai vencer a guerra na Ucrânia, que ele classifica como um conflito por procuração entre a Rússia e um Ocidente arrogante que, segundo ele, humilhou o país quando a União Soviética ruiu.
O chefe do Kremlin admitiu que há problemas em sua administração, como a inflação, mas disse que as taxas de crescimento da economia russa estão muito à frente das observadas pelo Reino Unido.
Entenda a Guerra entre Rússia e Ucrânia
A Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022 e entrou no território por três frentes: pela fronteira russa, pela Crimeia e por Belarus, país forte aliado do Kremlin. Forças leais ao presidente Vladimir Putin conseguiram avanços significativos nos primeiros dias, mas os ucranianos conseguiram manter o controle de Kiev, ainda que a cidade também tenha sido atacada.
A invasão foi criticada internacionalmente e o Kremlin foi alvo de sanções econômicas do Ocidente.
Em outubro de 2024, após milhares de mortos, a guerra na Ucrânia entrou no que analistas descrevem como o momento mais perigoso até agora. As tensões se elevaram quando o presidente russo, Vladimir Putin, ordenou o uso de um míssil hipersônico de alcance intermediário durante um ataque em solo ucraniano. O projétil carregou ogivas convencionais, mas é capaz de levar material nuclear.
O lançamento aconteceu após a Ucrânia fazer uma ofensiva dentro do território russo usando armamentos fabricados por potências ocidentais, como os Estados Unidos, o Reino Unido e a França.
A inteligência ocidental denuncia que a Rússia está usando tropas da Coreia do Norte no conflito na Ucrânia. Moscou e Pyongyang não negam, nem confirmam o relato.
O presidente Vladimir Putin, que substituiu seu ministro da Defesa em maio, disse que as forças russas estão avançando muito mais efetivamente – e que a Rússia alcançará todos os seus objetivos na Ucrânia, embora ele não tenha dado detalhes.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse acreditar que os principais objetivos de Putin são ocupar toda a região de Donbass, abrangendo as regiões de Donetsk e Luhansk, e expulsar as tropas ucranianas da região de Kursk, na Rússia, das quais controlam partes desde agosto.