Após a fuga de 16 detentos do Conjunto Penal de Eunápolis, no extremo sul da Bahia, uma série de objetos proibidos foi apreendida durante uma operação realizada na unidade prisional. A operação foi conduzida entre segunda a terça-feira (17), quando policiais penais e equipes do Grupamento Especializado em Operações Prisionais (Geop) fiscalizaram oito celas da unidade.
Entre os itens recolhidos estão 96 facas e facões, 18 celulares, anotações com contabilidades suspeitas e pen drives. A Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap) divulgou a informação nesta quarta-feira (18). Até o momento, nenhum dos fugitivos foi encontrado.
Os materiais apreendidos estão sendo analisados para identificar possíveis atividades criminosas e os responsáveis pela posse dos itens proibidos.
A ação faz parte de uma intervenção no Conjunto Penal de Eunápolis, que também incluiu a suspensão das visitas por cinco dias, uma medida comunicada ao Poder Judiciário, à Defensoria Pública, à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e ao Ministério Público da Bahia (MP-BA).
O diretor interventor do Conjunto Penal de Eunápolis, policial penal Jorge Magno, se reuniu na terça-feira (17) com defensores públicos e representantes da Comissão de Visitantes dos Presos para detalhar as ações de segurança e reforçar a transparência do processo com familiares e visitantes dos internos.
Além das apreensões, as autoridades também realizam melhorias estruturais na unidade, como a construção de um novo muro. Em nota, a Seap também anunciou o concurso de 287 vagas de policiais penais, a aquisição de viaturas e equipamentos de monitoramento para aprimorar a vigilância na unidade.
Afastamento
Após a fuga dos 16 detentos, o secretário de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap), José Castro, decidiu afastar por 30 dias a diretora Joneuma Neres, o diretor-adjunto Elton Rocha e o coordenador de segurança da unidade, que não teve o nome divulgado.
O policial penal Jorge Magno Alves Pinto foi nomeado interinamente para assumir a direção do presídio durante o período.
O afastamento visa realizar uma intervenção na unidade para “assegurar a preservação da ordem, regularidade e normalidade administrativa do complexo penal”, conforme explicou o secretário. Segundo Castro, a medida visa também garantir a imparcialidade das investigações em curso.
Além disso, José Castro determinou a abertura de uma sindicância para apurar a invasão e fuga ocorridas na noite de quinta-feira (12).
A fuga ocorreu na noite de quinta-feira (12), quando um grupo armado invadiu o Conjunto Penal de Eunápolis, provocando uma troca de tiros com os agentes de segurança e permitindo a abertura de duas celas para a fuga dos internos. O ataque contou com o uso de armamentos pesados, incluindo pistolas e fuzis.
A Reviver, empresa responsável pela cogestão da unidade e pela segurança do acesso ao local, informou que acionou a polícia assim que a situação foi identificada, mas não houve tempo suficiente para uma intervenção eficaz.
Prisões e mortes
Em confronto com a polícia, na sexta-feira (13), três suspeitos de participação na fuga morreram, entre eles Fernando Correia Santos, de 35 anos, e David Silva Souza, de 32, que não resistiram aos ferimentos após troca de tiros com policiais durante diligências na região.
A ação resultou na apreensão de armamentos e munições, informou a Polícia Civil (PCBA) em nota. Um terceiro suspeito morreu após resistência e confronto com a polícia, mas não teve o nome divulgado.
Além disso, a PCBA prendeu ainda na sexta-feira um dos suspeitos da fuga, que confessou a participação direta no ataque, revelando que receberia R$ 5 mil pela ação criminosa. Outras duas pessoas suspeitas de participação na ação foram presas, mas as informações não foram detalhadas pela Polícia Civil.
O inquérito segue em andamento, com as polícias mobilizadas para localizar os demais envolvidos e recapturar os fugitivos.