Uma operação busca prender cinco policiais civis de São Paulo suspeitos de atuar para o Primeiro Comando da Capital (PCC), na manhã desta terça-feira (17).
A CNN apurou que os alvos são um delegado e quatro policiais civis. A operação Tacitus é realizada pela Polícia Federal e pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público, com apoio da Corregedoria da Polícia Civil de SP.
A ação partiu do cruzamento de diversas investigações sobre o PCC, inclusive o assassinato do empresário Vinícius Gritzbach, executado no Aeroporto de Guarulhos no último dia 8 de novembro.
Veja quem é Fabio Baena, delegado da Polícia Civil de SP preso suspeito de envolvimento com o PCC
Segundo apuração do analista da CNN Pedro Duran, o delegado Fábio Baena e três policiais civis já foram presos na operação de hoje. Baena foi citado por Gritzbach na delação premiada do empresário para o Ministério Público.
A polícia investiga os crimes de manipulação e vazamento de investigações policiais, venda de proteção a criminosos e corrupção dos agentes para beneficiar esquema de lavagem de dinheiro da facção criminosa.
A investigação iniciou a partir de análise de provas obtidas em diversas investigações policiais que envolveram movimentações financeiras, colaboração premiada e depoimentos.
A apuração revelou o modo complexo que os investigados se estruturaram para exigir propina e lavar dinheiro para suprir os interesses da organização criminosa.
Nesta terça, 130 policiais federais e agentes da Corregedoria cumprem oito mandados de prisão e 13 de busca e apreensão nas cidades de São Paulo, Bragança, Igaratá e Ubatuba.
Os suspeitos podem responder pelos crimes de organização criminosa, corrupção ativa e passiva e ocultação de capitais. As penas somadas podem chegar a 30 anos de prisão.
Em nota, a defesa de Fábio Baena afirmou que está indignada e que a prisão não possui necessidade. Leia abaixo.
“A defesa constituída do Delegado de polícia Dr. Fábio Baena Martin e do investigador Eduardo Monteiro, indignada, esclarece que a prisão hoje cumprida não possui necessidade, idoneidade e se constitui em arbitrariedade flagrante. Inadmissível no Brasil se banalizar o direito à liberdade, decretando-se prisão midiática, sem contemporaneidade, e o mais grave, por fatos que já foram investigados e arquivados pela Justiça, por recomendação do próprio Ministério Público. A palavra pueril de um mitômano, sem qualquer elemento novo de prova, não poderia jamais motivar medida tão excepcional, afrontando o status dignitatis e libertatis dos nossos constituídos. Esclareça-se também que ambos compareceram espontaneamente para serem ouvidos e jamais causaram qualquer embaraço às repetidas investigações. Ademais, a defesa denuncia o gravíssimo fato que não se deu o Direito e oportunidade ao Delegado Baena contatar seus advogados avisando de sua prisão e do cumprimento do mandado de busca, o que somente reforça a ilegalidade denunciada. A defesa está tomando todas as medidas para fazer cessar, imediatamente, a coação espúria constatada”.