Um falso guru espiritual é investigado pela Polícia Civil do Rio Grande do Sul por suspeita de crimes como exposição de crianças a atos de sexo explícito, tortura psicológica, estelionato e curandeirismo. O local onde, em tese, funciona uma comunidade terapêutica fica em Viamão, na Região Metropolitana de Porto Alegre.
A CNN apurou que o guru é Adir Aliatti, de 69 anos, responsável pela Comunidade “Osho Rachana”. A investigação apontou que seguidores pagavam por pacotes de imersão bioenergética que custavam até R$ 12 mil. A estimativa é que o líder espiritual tenha desviado mais de R$ 20 milhões.
A polícia passou a investigar, depois que ex-integrantes da Comunidade “Osho Rachana” procuraram o Ministério Público relatando uma série de atos violentos praticados pelo líder da “seita”.
O falso guru vivia uma vida de luxo com dinheiro que pedia para as vítimas sob o pretexto de que seria para o bem de todos. “Ele manipulava para que as pessoas, que já estavam fragilizadas, para poderem injetar seu dinheiro na comunidade, para o uso de todos. O que na verdade não acontecia, pois ele utilizava para benefício próprio, comprando imóveis, fazendo viagens luxuosas, perdendo em apostas online ou frequentando cassinos”, explicou a delegada Jeiselaure Rocha.
Nesta sexta-feira (13), a polícia ouviu testemunhas que relataram mulheres grávidas agredidas e pessoas arrastadas pelos cabelos. “Os relatos são muito impactantes. As pessoas foram submetidas a intenso sofrimento mental, além do sofrimento físico. Temos pessoas que foram arrastadas pelos cabelos, que apanharam com socos, com empurrões, que tiveram que fazer terapia altamente invasivas. Mulheres gravidas e crianças expostas à extrema situação de violência”, disse a delegada.
O líder da seita ainda obrigava as vítimas a fazer ozonioterapia retal e ludibriava as vítimas, oferecendo uma espécie de cura gay. “Ele obrigava mulheres a ter relação sexual com vários homens, para a ‘cura gay’”, disse.
A polícia acredita que o número de vítimas seja muito maior e orienta que procurem a delegacia. A justiça não autorizou a prisão preventiva de dois investigados, mas foi determinado pelo judiciário que eles usem tornozeleira eletrônica e também a suspensão dos respectivos passaportes.