As autoridades venezuelanas disseram na quinta-feira (12) que, nesta semana, libertaram 103 pessoas que haviam sido presas durante protestos anti-governo após a eleição presidencial de julho.
O presidente Nicolás Maduro foi proclamado vencedor da votação de 28 de julho pela autoridade eleitoral alinhada ao governo e pela Suprema Corte, embora ambos os órgãos tenham se recusado a divulgar os registros de votação nas urnas para respaldar a alegação. Protestos de rua intensos surgiram horas após a primeira declaração de que Maduro havia vencido.
Logo após a eleição, a oposição publicou em um site milhares de cópias digitalizadas de recibos de urnas eletrônicas que seus observadores obtiveram, alegando que esses documentos provam que seu candidato, Edmundo González, teve uma vitória esmagadora.
Maduro afirmou que cerca de 2.000 pessoas foram presas nos protestos pós-eleição.
No início desta semana, o partido opositor Vente Venezuela informou que três de seus líderes regionais haviam sido presos.
O partido é liderado pela principal líder da oposição do país, Maria Corina Machado. Em janeiro passado, o tribunal superior do país ratificou uma proibição aos seus planos de se candidatar à presidência.
O escritório de segurança cidadã do governo anunciou que a libertação dos prisioneiros nesta semana seguiu um pedido de Maduro “para revisar todos os casos relacionados a atos de violência e crimes cometidos no âmbito da eleição”, de acordo com um comunicado lido na televisão estatal.
No mês passado, a Procuradoria Geral informou que 225 detidos haviam recebido “medidas de liberdade”. No entanto, a maioria deles deve se apresentar ao tribunal a cada 30 dias, o que, segundo grupos de direitos humanos, não constitui liberdade total.
Os protestos deixaram 28 mortos e quase 200 feridos, enquanto cerca de 500 propriedades foram destruídas, incluindo escolas e centros de saúde, de acordo com o procurador-geral Tarek Saab.