A terceira edição do estudo de “Cartografias da Violência na Amazônia” revelou que a taxa de violência letal se manteve alta, apesar da redução de 6,2% das mortes violentas intencionais entre os anos de 2021 e 2023, o número ainda é 41,5% maior que a média nacional.
No ano de 2023, 8.603 pessoas foram vítimas de mortes violentas intencionais. Além disso, apesar da redução do triênio, as dinâmicas entre os estados foram bem diferentes. Por exemplo, entre 2022 e 2023, o Acre teve redução de 9,7% da taxa de violência letal, enquanto o Mato Grosso teve crescimento de 18,9% da taxa entre 2021 e 2022.
A interiorização da violência para as zonas rurais transformou os municípios pequenos como os mais violentos do país. São 445 municípios, os dados apontam que 66,8% da população amazônica e 83,7% de todos os assassinatos da região estão concentrados.
Segundo o relatório, a expansão de facções criminosas e suas alianças cresce de forma muito rápida. Estes grupos estão localizados em pelo menos 260 municípios, enquanto, deste número, 176 apontam monopólio de uma única facção.
As mulheres têm uma taxa de homicídio na Amazônia calculada em 4,7 mortes para cada 200 mil, o que já é 25% maior do que a média nacional. Com isso, a taxa de feminicídio também se mostra elevada, contando com 21,4% maior do que a média nacional.
A análise da violência por município na Amazônia Legal revelou a ligação que existe entre os homicídios e que diversas atividades econômicas podem ser causadoras da violência. Algumas delas, por exemplo, o desmatamento para o avanço de e cultivo de soja, o narcotráfico e garimpo ilegal. Em territórios quilombolas e indígenas existem problemas em relação à regularização fundiária.
*Sob supervisão