As autoridades libanesas estão em alerta para impedir que cidadãos sírios cruzem a fronteira para o Líbano ilegalmente.
Os oficiais têm “instruções rigorosas” em vigor para “impedir a entrada aleatória de sírios no Líbano”, afirmou Bassam Mawlawi, ministro do interior do Líbano, segundo a agência de notícias estatal libanesa, NNA.
Embora Mawlawi tenha dito que não houve “movimentos alarmantes” de migrantes sírios em direção ao Líbano, as agências de segurança continuam operando lá com reforços, conforme a mídia.
Segundo o ministro, apenas aqueles com residência legal no Líbano, e aqueles que podem provar que estão em trânsito, têm permissão para entrar.
Ele também confirmou que nenhum pessoal de segurança do antigo regime sírio entrou no país.
“As travessias ilegais estão fechadas e sob o controle do exército libanês”, explicou Mawlawi, acrescentando que qualquer sírio que esteja sendo processado ativamente terá a entrada negada.
Aumento de refugiados
Atualmente, mais sírios estão saindo do Líbano do que entrando, ele disse, acrescentando, “esperamos mais saídas enquanto a situação se estabiliza na Síria”.
Na segunda-feira (9), o ministro ordenou reforços para a travessia de Masnaa entre o Líbano e a Síria, e pediu às autoridades que tomassem medidas imediatas para impedir o cruzamento ilegal da fronteira.
Segundo as Nações Unidas, o Líbano abriga cerca de 1,5 milhão de refugiados sírios.
Separadamente, o exército libanês disse na terça-feira (10), que disparou tiros de advertência depois que homens armados não identificados cruzaram a fronteira e se aproximaram de um posto militar.
Após os disparos, os militantes recuaram para o território sírio, concluiu o comunicado.
Entenda o conflito na Síria
O regime da família Assad foi derrubado na Síria no dia 8 de dezembro, após 50 anos no poder, quando grupos rebeldes tomaram a capital Damasco.
O presidente Bashar al-Assad fugiu do país e está em Moscou após ter conseguido asilo, segundo uma fonte na Rússia.
A guerra civil da Síria começou durante a Primavera Árabe, em 2011, quando o regime de Bashar al-Assad reprimiu uma revolta pró-democracia.
Quem é a família de Bashar al-Assad, que governou a Síria por mais de meio século
O país mergulhou em um conflito em grande escala quando uma força rebelde foi formada, conhecida como Exército Sírio Livre, para combater as tropas do governo.
Além disso, o Estado Islâmico, um grupo terrorista, também conseguiu se firmar no país e chegou a controlar 70% do território sírio.
Os combates aumentaram à medida que outros atores regionais e potências mundiais — da Arábia Saudita, Irã, Estados Unidos à Rússia — se juntaram, intensificando a guerra no país para o que alguns observadores descreveram como uma “guerra por procuração”.
A Rússia se aliou ao governo de Bashar al-Assad para combater o Estado Islâmico e os rebeldes, enquanto os Estados Unidos lideraram uma coalizão internacional para repelir o grupo terrorista.
Após um acordo de cessar-fogo em 2020, o conflito permaneceu em grande parte “adormecido”, com confrontos pequenos entre os rebeldes e o regime de Assad.
Mais de 300 mil civis foram mortos em mais de uma década de guerra, segundo a ONU, e milhões de pessoas foram deslocadas pela região.