O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken disse nesta segunda-feira (9) que o Estado Islâmico pode se aproveitar da queda da ditadura de Bashar al-Assad e da fragmentação do poder no país. “O EI tentará aproveitar este período para restabelecer suas capacidades, para criar refúgios seguros. Como mostram nossos ataques de precisão durante o fim de semana, estamos determinados a não permitir que isso aconteça”, disse Blinken.
A situação na Síria foi discutida numa reunião de emergência do Conselho de Segurança das Nações Unidas. O líder do grupo “HTS”, Abu Mohammed al-Golani, afirmou que se reuniu com o ex-primeiro ministro do governo sírio, Mohammad Ghazi al-Jalali. Segundo os rebeldes, o encontro serviu para “coordenar a transferência de poder de forma a garantir a manutenção dos serviços ao povo sírio”.
A coalizão de insurgentes tem diferentes interesses. Há facções jihadistas como o HTS, originado da Al-Qaeda e que liderou a tomada de poder. O grupo lutou ao lado de curdos e de dissidentes do exército que projetam reformas políticas no país. O antagonismo entre os rebeldes criam dúvidas sobre o futuro da Síria após 54 anos de um período ditatorial que começou ainda com Hafez al-Assad e herdado pelo seu filho, Bahsar al-Assad.
As tensões aumentam com as novas movimentações militares de Israel na Síria. No maior ataque desde a queda do regime de Assad, as Forças de Defesa bombardearam bases aéreas e voltaram a ocupar o território desmilitarizado nas Colinas de Golã, na fronteira entre os dois países.
A ação foi classificada pela ONU como violação ao Acordo de Desengajamento de 1974. O premiê isralense Benjamin Netanyahu disse que a ocupação é temporária. “Estamos tomando todas as ações necessárias para garantir nossa segurança em relação à nova situação criada na Síria”, disse Netanyahu.
Após 14 anos de uma guerra civil que deixou milhões de refugiados no planeta, países europeus discutem também a possibilidade de retorno de imigrantes sírios. O presidente turco, Recep Tayyp Erdogan anunciou a reabertura de um posto de fronteira com a Síria, fechado desde 2013, para que os refugiados na Turquia possam retornar ao país.