A queda do governo de Bashar al-Assad na Síria, ocorrida na madrugada de domingo (8), trouxe à tona uma série de incertezas sobre o futuro político do país. Priscila Caneparo, especialista em Direito Internacional, em entrevista à CNN Brasil, expressa preocupação com o cenário que se desenha após a tomada do poder pelos grupos rebeldes.
Segundo Caneparo, o momento atual é marcado por um discurso mais pacificador e integrativo por parte do grupo Hayat Tahrir al-Sham (HTS), principal força rebelde. “Nesse momento existe um discurso mais pacificador, mais integrativo do HTS justamente porque não se sabe quem irá preencher esse vácuo de poder”, explica a especialista.
No entanto, a analista adverte que é preciso cautela ao analisar as declarações do grupo. O HTS, anteriormente ligado à Al-Qaeda no Iraque, tem um histórico de extremismo que não pode ser ignorado. “A gente não tem que prospectar um regime que vá consolidar direitos humanos, um regime de fato que vá pacificar e que vá ter um certo diálogo”, alerta Caneparo.
Complexidade étnica e cultural
Um dos principais desafios para o futuro da Síria, segundo a especialista, é a complexidade étnica e cultural do país. “A Síria é um plexo cultural muito grande, existem diversas minorias étnicas e a nossa preocupação é justamente se essas minorias vão estar incluídas de fato ou apenas na retórica do HTS”, pondera.
Caneparo ressalta que a Síria é uma “babel cultural” que demanda cuidado em sua administração, especialmente em relação às minorias. A especialista questiona: “Quem são os sírios para o HTS?” Essa pergunta reflete a preocupação com a possível exclusão de grupos minoritários no novo cenário político que se forma.
Diante desse quadro de incertezas, a comunidade internacional observa atentamente os próximos passos da transição de poder na Síria. A estabilidade do país e o respeito aos direitos humanos são pontos cruciais que demandarão atenção nos próximos meses e anos.
Confira a entrevista na íntegra
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