A agência de notícias estatal da Síria informou neste sábado (7) que o presidente Bashar al-Assad continua na capital do país, Damasco, apesar do aumento de tensão no conflito entre as forças da oposição e o governo.
Os rebeldes da Síria estão se aproximando de Damasco, depois de forças contrárias ao regime de Bashar al-Assad terem lançado uma ofensiva no país.
Os rebeldes dizem que começaram a “fase final” do cerco à capital. O Exército sírio nega ter se retirado de Damasco, acusando os rebeldes de espalharem o pânico.
Assad realizou um compromisso público na cidade em 1º de dezembro, quando se reuniu com o ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, para discutir a crise.
Na reunião entre as duas autoridades, Assad prometeu “acabar com os insurgentes” que invadiram a cidade de Aleppo enquanto mísseis russos e sírios atingiam a cidade de Idlib, controlada por rebeldes, no norte da Síria.
Abbas Araghchi descreveu a situação na Síria como “difícil”, mas disse que o Irã, um aliado sírio, está confiante de que o governo de Assad destruirá os rebeldes como fez no passado, segundo a mídia estatal.
Os insurgentes são uma coligação de grupos armados apoiados pela Turquia e pelo Hayat Tahrir al-Sham.
Hayat Tahrir al-Sham é designado como um grupo terrorista pelos Estados Unidos, Rússia, Turquia e outros países.
A guerra, que matou centenas de milhares de pessoas e deslocou milhões, começou em 2011. A maioria dos grandes combates foi interrompida há anos, depois do Irã e a Rússia terem ajudado o governo de Assad a ganhar o controle de maior parte do país.
Entenda o conflito na Síria
A guerra civil da Síria começou durante a Primavera Árabe, em 2011, quando o regime de Bashar al-Assad reprimiu uma revolta pró-democracia.
O país mergulhou em um conflito em grande escala quando uma força rebelde foi formada, conhecida como Exército Sírio Livre, para combater as tropas do governo.
Além disso, o Estado Islâmico, um grupo terrorista, também conseguiu se firmar no país e chegou a controlar 70% do território sírio.
Os combates aumentaram à medida que outros atores regionais e potências mundiais — da Arábia Saudita, Irã, Estados Unidos à Rússia — se juntaram, intensificando a guerra no país para o que alguns observadores descreveram como uma “guerra por procuração”.
A Rússia se aliou ao governo de Bashar al-Assad para combater o Estado Islâmico e os rebeldes, enquanto os Estados Unidos lideraram uma coalizão internacional para repelir o grupo terrorista.
Após um acordo de cessar-fogo em 2020, o conflito permaneceu em grande parte “adormecido”, com confrontos pequenos entre os rebeldes e o regime de Assad.
Mais de 300 mil civis foram mortos em mais de uma década de guerra, de acordo com a ONU, e milhões de pessoas foram deslocadas pela região.
Com informações da CNN