O presidente Vladimir Putin disse, nesta quinta-feira (28), que a Rússia usaria todas as armas à sua disposição contra a Ucrânia se Kiev adquirisse armas nucleares.
O New York Times reportou, na semana passada, que algumas autoridades ocidentais, sob a condição de anonimato, sugeriram que o presidente dos EUA, Joe Biden, poderia dar armas nucleares à Ucrânia antes de deixar o cargo.
“Se o país com o qual estamos essencialmente em guerra agora se tornar uma potência nuclear, o que faremos? Neste caso, usaremos todos, quero enfatizar isso, precisamente todos os meios de destruição disponíveis para a Rússia. Tudo. Não permitiremos. Estaremos observando cada movimento deles”, disse Putin durante uma coletiva de imprensa em Astana, no Cazaquistão.
“Se alguém transferisse algo oficialmente, isso significaria uma violação de todos os compromissos de não proliferação que eles assumiram”, disse Putin.
Putin também disse que era praticamente impossível para a Ucrânia produzir uma arma nuclear, mas que ela poderia ser capaz de fazer algum tipo de “bomba suja” – uma bomba convencional misturada com material radioativo para espalhar contaminação.
Nesse caso, a Rússia responderia apropriadamente, ele disse.
A Rússia disse repetidamente, sem fornecer evidências, que a Ucrânia poderia usar tal dispositivo.
A Ucrânia herdou armas nucleares da União Soviética após seu colapso em 1991, mas as entregou sob um acordo de 1994, o Memorando de Budapeste, em troca de garantias de segurança da Rússia, dos Estados Unidos e do Reino Unido.
O presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy reclamou repetidamente que a medida deixou seu país sem segurança, citando isso como uma razão para que o país fosse admitido na Otan — algo a que Moscou se opõe fortemente.