Ryan da Silva Andrade Santos, de 4 anos, foi morto com um tiro na noite desta terça-feira (5) em Santos, litoral de São Paulo. Ele estava brincando na frente de casa quando um confronto entre policiais e bandidos começou. Ryan foi atingido por uma bala perdida em seu abdômen.
Segundo a Polícia Militar, “provavelmente” o tiro partiu da arma de um policial militar. O chefe de comunicação social da Polícia Militar do Estado de São Paulo, Coronel Émerson Massera, afirmou que não descarta “uma escalada de tensão” na região da Baixada Santista.
A possibilidade surge após um confronto envolvendo sete policiais e pelo menos 10 criminosos na noite de terça-feira (5) no Morro São Bento, em Santos. A PM diz que “provavelmente” o tiro partiu da arma de um policial.
Além dele, uma mulher de 24 anos também foi atingida acidentalmente de raspão. Ela foi medicada e liberada do hospital. Na ação – ainda – um suspeito de 17 anos foi morto e outro – de 15 anos – baleado e segue internado. Nas redes sociais, o menor de 17 anos ostentava armas de fogo e publicava vídeos atirando.
A ação
Segundo a Polícia Militar, três motos da Rocam patrulhavam na região do Morro São Bento quando perceberam uma movimentação estranha de dois homens que estavam em um automóvel. Antes da abordagem, os criminosos se uniram a um grupo de outros oito homens e começaram a atirar contra os policiais.
Uma viatura de reforço da PM chegou ao local e o confronto continuou. “Foram, ao menos, uma centena de disparos” disse o Coronel Émerson Massera. Logo depois da ocorrência, a Polícia Civil registrou dois boletins de ocorrência. A polícia diz que isso aconteceu pelo fato de que a notificação da morte do menino Ryan só aconteceu após o registro do primeiro boletim.
Histórico da família
Em 9 de fevereiro de 2024, Leonel Andrade Santos foi morto com tiro de fuzil no Morro São Bento durante a Operação Verão realizada em toda a Baixada Santista, deixando 56 pessoas mortas. Ele era pai de Ryan, morto na noite de terça-feira. A Polícia Militar diz que “lamenta” a morte do jovem e que não vai “comentar as circunstâncias da morte de Leonel em um momento de luto por um jovem inocente”.
No entanto, Massera citou durante a entrevista coletiva realizada na manhã desta quarta-feira que o pai do jovem era “atuante no crime da região” e que ele atirou contra os policiais na ação em que foi morto. Ele usava muleta e tinha dificuldades de locomoção. “Ele usava a muleta justamente por conta de um tiro que havia levado em um confronto anterior com a PM” disse o Coronel.
Os sete policiais envolvidos na ação de terça-feira foram afastados pela Polícia Militar do Estado de São Paulo.