O processo pós-eleitoral nos Estados Unidos promete ser extremamente desgastante, segundo o cientista político Alberto Pfeifer, coordenador-geral do Grupo de Análise em Estratégia Internacional da Universidade de São Paulo (USP).
Em entrevista ao WW nesta terça-feira (29), Pfeifer disse que o modelo de eleição do país, caracterizado como multifacetado e antiquado, será o principal fator para essa situação. “Essa característica, em que cada estado tem sua própria maneira de proceder à votação, contribui para a demora na apuração dos resultados e gera incerteza e grande expectativa”, diz.
O professor da USP enfatiza que a disputa entre os candidatos tem sido retratada como uma questão quase existencial para ambos os lados. “Trump teve uma presidência e passou os últimos quatro anos fazendo campanha para retomar esse posto”, explica.
Por outro lado, ainda de acordo com o especialista, para a frente representada por Kamala Harris, “a eleição simboliza a continuidade de políticas implementadas nas últimas presidências do grupo de centro-progressista liberal”.
Polarização e fragmentação social
A combatividade das campanhas reflete-se no uso intensivo de equipes de advogados e marqueteiros, contribuindo para uma maior polarização e fragmentação da sociedade americana. Pfeifer ressalta que essa divisão já vem se manifestando nas últimas eleições, com situações em que o vencedor do voto popular não chegou à presidência.
O sistema eleitoral dos Estados Unidos, baseado em uma disputa estado a estado e, mais especificamente, distrito eleitoral a distrito eleitoral, resulta em uma micro segmentação da campanha. Isso leva a uma batalha judicial que se estende até o nível dos distritos eleitorais, tornando o processo ainda mais complexo e demorado.
Desafios do sistema eleitoral
Pfeifer conclui que, diante desse cenário, é praticamente certo que haverá uma intensa batalha judicial no período pós-eleitoral. A combinação de um sistema eleitoral complexo com a alta polarização política promete tornar o processo de definição do próximo presidente dos Estados Unidos um dos mais desafiadores da história recente do país.
Os textos gerados por inteligência artificial na CNN Brasil são feitos com base nos cortes de vídeos dos jornais de sua programação. Todas as informações são apuradas e checadas por jornalistas. O texto final também passa pela revisão da equipe de jornalismo da CNN. Clique aqui para saber mais.