Além de Rogério Andrade, o Ministério Público do Rio (MP-RJ) prendeu nesta terça-feira (29) o policial reformado Gilmar Enéas Lisboa. Os dois são suspeitos do homicídio qualificado de Fernando de Miranda Iggnácio, em novembro de 2020, no estacionamento de um heliporto no Recreio dos Bandeirantes, na zona oeste da capital fluminense.
Gilmar foi surpreendidos pelos agentes do MP enquanto dormia em casa, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Ele foi levado para a Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados, na Cidade da Polícia, na zona norte do Rio, de onde foi levado para a realização do exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML).
Segundo a denúncia do MP, Gilmar foi responsável pelo monitoramento da vítima e interlocutor de Márcio Araújo, que também foi denunciado pelo crime, para quem repassava as informações sobre os passos de Fernando Iggnácio.
A denúncia relata a existência de disputa territorial para comercialização ilícita de pontos de contravenção e máquinas de caça níquel, demonstrado pelos diversos documentos juntados aos autos.
“A prisão preventiva dos denunciados se mostra necessária para garantia da ordem pública diante da gravidade dos crimes praticados de forma audaciosa e cinematográfica, com espetacularização do poder paralelo, o que incute na população temor e incerteza quanto à intervenção do poder público em solucionar a situação de violência que aterroriza a população”, afirma um trecho da denúncia.
O crime
Fernando Iggnácio foi morto a tiros de fuzil no dia 10 de novembro de 2020, após desembarcar de um helicóptero vindo de Angra dos Reis, na Costa Verde.
A morte teria ocorrido por conta da disputa pelo domínio do jogo do bicho, deixado por Castor de Andrade, que morreu em 1997. Genro de Castor, Fernando herdou o império da contravenção. Sobrinho de Castor, Rogério de Andrade reivindicava a sua posse sobre os pontos de bicho, videopôquer e máquinas caça-níquel.