De acordo com a Unidade de Gestão de Riscos de Desastres do Líbano (DRMU), mais de 500 mil pessoas fugiram do Líbano para a Síria desde o dia 23 de setembro, quando Israel intensificou os ataques no país.
Dentre os que cruzaram a fronteira, 348.237 são cidadãos sírios e 156.505 são cidadãos libaneses, disse a DRMU.
As autoridades registraram pelo menos 190.975 deslocados internos “em abrigos aprovados”, mas os números provavelmente são muito maiores.
A DRMU disse que programas e atividades de apoio psicossocial, bem como proteção para crianças, mulheres, pessoas com deficiência e idosos foram criados nos abrigos.
A unidade também pontuou que, nas últimas 24 horas, “125 ataques aéreos e bombardeios foram registrados em várias áreas do Líbano, concentrados principalmente no Sul e na cidade de Nabatiyeh, elevando o número total de ataques desde o início da agressão para 11.085”.
O Ministério da Saúde libanês emitiu um comunicado nesta sexta-feira (25) dizendo que nas últimas 24 horas, pelo menos 41 pessoas foram mortas e outras 133 ficaram feridas em ataques israelenses em todo o país.
Ataques entre Israel e Hezbollah
Israel e o Hezbollah vêm realizando ataques um contra o outro há mais de um ano. Na tarde desta sexta, as Forças de Defesa de Israel (FDI) disseram que aproximadamente “45 projéteis disparados pela organização terrorista Hezbollah cruzaram do Líbano para Israel”.
Israel diz que cerca de 60 mil pessoas foram deslocadas do norte do país desde que o Hezbollah começou a disparar rajadas de foguetes em 8 de outubro do ano passado, em apoio ao Hamas em Gaza, depois que o grupo militante lançou ataques mortais contra Israel um dia antes.
Entenda a escalada nos conflitos do Oriente Médio
O ataque com mísseis do Irã a Israel no dia 1º de outubro marcou uma nova etapa do conflito regional no Oriente Médio. De um lado da guerra está Israel, com apoio dos Estados Unidos. Do outro, o Eixo da Resistência, que recebe apoio financeiro e militar do Irã e que conta com uma série de grupos paramilitares.
São sete frentes de conflito abertas atualmente: a República Islâmica do Irã; o Hamas, na Faixa de Gaza; o Hezbollah, no Líbano; o governo Sírio e as milícias que atuam no país; os Houthis, no Iêmen; grupos xiitas no Iraque; e diferentes organizações militantes na Cisjordânia.
Israel tem soldados em três dessas frentes: Líbano, Cisjordânia e Faixa de Gaza. Nas outras quatro, realiza bombardeios aéreos.
O Exército israelense iniciou uma “operação terrestre limitada” no Líbano no dia 30 de setembro, dias depois de Israel matar o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, em um bombardeio ao quartel-general do grupo, no subúrbio de Beirute.
As Forças de Defesa de Israel afirmam que mataram praticamente toda a cadeia de comando do Hezbollah em bombardeios semelhantes realizados nas últimas semanas.
No dia 23 de setembro, o Líbano teve o dia mais mortal desde a guerra de 2006, com mais de 500 vítimas fatais.
Ao menos dois adolescentes brasileiros morreram nos ataques. O Itamaraty condenou a situação e pediu o fim das hostilidades.
Com o aumento das hostilidades, o governo brasileiro anunciou uma operação para repatriar brasileiros no Líbano.
Na Cisjordânia, os militares israelenses tentam desarticular grupos contrários à ocupação de Israel ao território palestino.
Já na Faixa de Gaza, Israel busca erradicar o Hamas, responsável pelo ataque de 7 de outubro que deixou mais de 1.200 mortos, segundo informações do governo israelense. A operação israelense matou mais de 40 mil palestinos, segundo o Ministério da Saúde do enclave, controlado pelo Hamas.
O líder do Hamas, Yahya Sinwar, foi morto pelo Exército israelense no dia 16 de outubro, na cidade de Rafah.
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