Após denúncia de estudantes sobre a instalação de câmeras de segurança nos banheiros da Escola de Referência em Ensino Médio (Erem) José de Lima Júnior, em Carpina, Zona da Mata Norte de Pernambuco, o Governo do Estado determinou a remoção dos equipamentos na quinta-feira (24).
A Secretaria de Educação e Esportes de Pernambuco (SEE) informou ter solicitado a retirada das câmeras assim que tomou conhecimento do caso e anunciou a abertura de uma sindicância para apurar o ocorrido.
Segundo a SEE, técnicos da Gerência de Políticas Educacionais de Direitos Humanos e Cidadania foram enviados à escola para avaliar a situação e garantir a privacidade dos estudantes. Em nota, a secretaria destacou seu “compromisso absoluto com a privacidade e a dignidade” dos alunos.
Imagens enviadas por alunos à CNN mostram as câmeras instaladas dentro dos banheiros, o que gerou indignação entre os estudantes, que relatam constrangimento e preocupação.
“Me sinto assediada com a câmera no banheiro. Recentemente, disseram que estava desligada, mas um funcionário disse que ela está ativa e sendo monitorada”, afirmou uma estudante, sob anonimato.
Mudança de posicionamento
Inicialmente, ao ser procurada pela CNN, a Secretaria de Educação e Esportes de Pernambuco (SEE) informou que havia câmeras de segurança na unidade, mas apenas nos ambientes coletivos de recreação e circulação. “A escola respeita a privacidade e preza pelo respeito aos alunos. Não há câmeras nos banheiros da unidade de ensino”, dizia a nota.
Após questionamentos, a secretaria mudou o posicionamento. “É de conhecimento e observância de toda a rede estadual de ensino o direito à privacidade e à intimidade dos estudantes, sendo tais garantias implementadas pelas práticas pedagógicas. (…) Qualquer ação que infrinja esses valores será tratada com rigor”, afirma a nova nota.
Além da questão das câmeras, os estudantes apontam problemas estruturais na escola, como a insuficiência de espaço no refeitório, que comporta apenas cerca de 70 pessoas, enquanto a escola atende aproximadamente 400 alunos.
“É impossível para todos almoçarem de forma adequada”, relatou outro estudante, mencionando que muitos acabam fazendo suas refeições sentados no chão.