O atleta de remo que sobreviveu ao acidente na BR-376, que deixou nove mortos no Paraná, se pronunciou pela primeira vez nas redes sociais, na madrugada desta quinta-feira (24).
No último domingo (20), nove pessoas morreram quando uma carreta tombou sobre uma van de turismo na rodovia. Entre as vítimas fatais estavam sete jovens do projeto Remar para o Futuro e o técnico da equipe, Oguener Tissot.
João Pedro Milgarejo, de 17 anos, foi o único membro da equipe sobrevivente. Ele fez duas publicações com fotos junto de seus ex-companheiros de time.
“Vocês me completavam e agora vou ficar sem minhas metades”, escreveu em uma mensagem para os meninos. Veja abaixo.
Os atletas tinham de 17 a 20 anos. No acidente, quatro meninos faleceram: Samuel Lopes (15), Henry Guimarães (15), João Pedro Kirchner (17) e Vitor Camargo (17).
Os jovens voltavam de São Paulo para Pelotas, no Rio Grande do Sul, quando sofreram o acidente. Eles haviam participado do Campeonato Brasileiro de Remo, na raia olímpica da Univerisidade de São Paulo (USP).
Na competição, Milgarejo, Samuel, Henry e Kirchner venceram uma medalha de ouro juntos. Após a vitória, os meninos deram uma breve entrevista para um membro do evento. Na conversa, o sobrevivente manda um recado para sua mãe, Gracielle: “beijão mãe, daqui a pouco tô aí”. Assista aqui.
Em uma segunda publicação na madrugada de hoje, Milgarejo homenageou as meninas que faleceram no acidente. “O que vai ser de mim sem vocês”, escreveu. Confira.
As jovens Nicoli Cruz (15), Angel Souto Vidal (16) e Helen Belony (20) morreram na tragédia.
Ao todo, os atletas do projeto Remar para o Futuro conquistaram sete medalhas no torneio. Todos os jovens foram medalhistas.
Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o acidente aconteceu por volta das 21h, próximo ao km 665, da rodovia BR-376, na noite do último domingo (20).
Uma carreta colidiu com a traseira da van que, com o impacto, chegou a bater na traseira de um outro veículo envolvido no acidente. A PRF informou que todas as vítimas fatais estavam na van.
João Pedro Milgarejo foi resgatado com ferimentos leves e levado, junto com o motorista da carreta, para o Hospital São José, em Joinville (SC).
Os corpos, quando retirados, foram encaminhados para o Instituto Médico-Legal de Curitiba. Nesta terça-feira (22), as urnas funerárias foram levadas à Pelotas (RS) em um voo da Força Aérea Brasileira (FAB).
Ao chegar no Aeroporto Internacional de Pelotas, a Prefeitura da cidade realizou um cortejo para as urnas até o clube Centro Português, onde as vítimas foram veladas.
A gestão do município decretou luto de 7 dias pelas mortes dos atletas de remo.
Investigação
A Polícia Civil do Paraná, onde ocorreu o acidente, investiga o caso. A investigação apura um possível excesso de velocidade da carreta que causou o acidente.
O delegado responsável pelo caso, Edgar Santana, disse à CNN que a polícia trabalha com duas hipóteses: uma falha mecânica dos freios da carreta ou a alta velocidade.
“A Polícia Civil já solicitou exame pericial no veículo para constatar se houve uma falha mecânica nos freios ou se tratou-se de um erro humano na condução de veículo automotor”.
Ele também afirmou que irá ouvir testemunhas que estavam no local nos próximos dias e vai aguardar o laudo pericial para chegar a uma conclusão sobre o caso.
A polícia já ouviu o motorista da carreta, que também sobreviveu, que prestou um depoimento na tarde dessa terça (22).
O condutor, que é autônomo, relatou que o veículo apresentou problemas no câmbio e o mecânico realizou reparos em um posto no sábado (19).