Os países membros do G20 precisam se comprometer a reduzir 42% das emissões anuais de gases de efeito estufa até 2030, para cumprir a meta de subir apenas 1,5°C a temperatura do planeta, segundo relatório da Organização das Nações Unidas (ONU).
Ainda é possível alcançá-la, mas apenas com uma mobilização global para cortar as emissões de gases de efeito estufa, ou a meta será comprometida.
“Precisamos de uma mobilização global em uma escala nunca vista antes, começando agora, antes da próxima rodada de compromissos climáticos, ou a meta de 1,5°C estará perdida em breve”, aponta Inger Andersen, diretora executiva do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA, sigla em inglês).
Permanecendo com as políticas atuais, haverá um aumento catastrófico de temperatura de até 3,1°C, o dobro do estipulado por mais de 195 nações em 2015. Os compromissos atuais para 2030 não estão sendo cumpridos; mesmo que sejam, o aumento da temperatura seria limitado a entre 2,6 e 2,8°C.
Para especialistas, o Brasil pode ser liderança neste movimento de enfrentamento para cumprir a meta e não deixar o planeta esquentar a níveis alarmantes. “Sabemos o que fazer, sabemos como fazer e sabemos das dificuldades e desafios, mas temos que ter lideranças para enfrentá-los. Lideranças que sejam ousadas e mostrem o caminho, mesmo contrariando os imensos interesses para manter tudo como está”, aponta Alexandre Prado, líder em mudanças climáticas do WWF-Brasil.
Compromissos como a neutralidade de carbono poderiam reduzir o aquecimento para 1,9°C, mas há incerteza sobre a implementação.